Para mais de 80% dos foliões que vão se divertir no carnaval de Belo Horizonte, o gasto com bebidas alcoólicas vai ser o principal, segundo uma pesquisa da CDL-BH. Na muvuca do bloco, só dá pra beber de dois jeitos: ou leva de casa ou compra dos vendedores ambulantes.
“A rua sem ambulante não vive”, afirma Madalena Freitas. Ela vende bebidas nas ruas há quase uma década, e comemora a chegada do carnaval: “É muito bom, porque o público é maravilhoso, acolhedor. Você trabalha, curte e se diverte, sem a truculência da Guarda Municipal. Nós somos trabalhadores e ajudamos a girar a economia”.
Neste ano, segundo a prefeitura de Belo Horizonte, mais de 16 mil pessoas se cadastraram para atuar como vendedores ambulantes durante o período oficial de carnaval, até o dia 26 de fevereiro. A autorização vale para o trabalho nos blocos de rua – e não inclui os desfiles das escolas de samba ou blocos caricatos, que são patrocinados.
“São milhares de trabalhadores entrando pra vender produtos na rua, o comércio funcionando, hotéis com lotação quase local, bares e restaurantes com expectativa de aumentar o público. Esse era o objetivo nosso nesse carnaval”, ressalta o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD). Segundo ele, a folia deve injetar mais de R$ 620 milhões na economia da cidade, só em fevereiro. “Pra nós, a alegria pro povo, pro trabalhador e pro empresário é o nosso resultado”, completa.
Segundo o presidente do CATA – Centro de Apoio ao Trabalho Ambulante -, André Luiz Altair, o carnaval já se tornou fundamental para quem trabalha nas ruas de BH, seja como atividade principal ou fazendo uma renda extra.
Pra ele, porém, a categoria ainda poderia ter mais incentivos aqui na cidade. “A rotina de quem trabalha na rua fora do período de carnaval é bem conturbada, tem várias apreensões. Não se abre espaço pro trabalhador. A gente gostaria de ter oportunidade não só no carnaval, mas de ter outros credenciamentos pros ambulantes no dia-a-dia também, pra gente trabalhar mais tranquilo”, explica.
Expectativa para os bares
Para os bares tradicionais, a expectativa também é muito alta para todo o período do carnaval. “A hotelaria está quase toda lotada, tanto os hotéis econômicos quanto os estrela. Os bares e restaurantes também sempre tem uma expectativa boa. Há uma demanda grande e queremos sim aumentar as vendar, principalmente no período noturno – já que durante o dia a venda é mais concentrada nos blocos, com os ambulantes”, afirma o presidente do Sindibares, Paulo Pedrosa.
Com Itatiaia