Um jovem de 22 anos morreu na Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, durante uma abordagem policial nesta quarta-feira (22). Testemunhas alegaram que os militares foram truculentos com a vítima e deram socos nela, no entanto, a Polícia Militar, em coletiva, alegou que o rapaz passou mal por uso de drogas.
“A ciclopatrulha identificou um indivíduo jovem em atitude suspeita e ele iniciou fuga da guarnição, que foi atrás. Abordaram o rapaz, o colocaram em posição de segurança para identificação na parede e, durante a abordagem, foi identificada a presença de maconha e cocaína. Durante a abordagem, pela própria condição física, ele desfaleceu e caiu no chão”, afirmou o major Alencar, responsável pelo policiamento no Hipercentro. Veja vídeo da abordagem:
Câmeras de segurança na praça Sete, no Centro de BH, mostram momento da abordagem policial a morador de rua que morreu nesta quarta-feira (22) pic.twitter.com/DdYflKpBmr
— Sete Lagoas.com.br (@SeteLagoas) February 23, 2023
Segundo o major, imediatamente a corporação prestou socorro com ressuscitação cardíaca. “O SAMU foi chamado e ele foi socorrido, contudo, veio a óbito. A médica do SAMU atestou, em relatório, que ele fez uso de drogas e que a condição clínica prejudicava a saúde”, ponderou.
O militar refutou a denúncia de que o rapaz teria morrido após entrar em convulsão por ter sido atingido com soco pelos PMs na região do tórax. “Temos imagens que demonstram o ocorrido e ele é coerente com a versão dos policiais. A PM não teme a verdade. Dá para afirmar, com tudo que foi apurado, que a ação policial não envolve ato de violência. As apurações continuam e temos várias fontes de informação para esclarecer a verdade”, afirmou.
Na Guia de Encaminhamento de Cadáver ao Instituto Médico Legal, que foi divulgada pela PM, consta que a médica relatou que o jovem teve mal súbito depois da abordagem dos militares e que foram realizadas manobras quando é constatado a parada cardiorrespiratória.
Imagens do circuito de segurança de estabelecimentos e do Olho Vivo, da prefeitura, serão usadas para elucidar o caso. “Pedimos para que quem tenha imagem ou testemunhou compareça à sede do 1º Batalhão para prestar depoimento”, pediu.
Passagem pela polícia
A vítima, segundo o militar, tinha passagem pela polícia. No entanto, os crimes não foram revelados. Os militares entraram em contato com a mãe do jovem. “Um rapaz com antecedentes de crimes violentos, inclusive quando era menor. Não vamos expor a família. Conversamos com a mãe do rapaz, uma senhora humilde, muito entristecida pelo ocorrido e também pela trajetória do filho”, disse o major Alencar.
A reportagem questionou a Polícia Civil se o corpo da vítima vai passar por necropsia para que seja apontada a causa da morte. Até a publicação da matéria, o retorno não foi recebido.
Da Redação com OTempo