Três em cada quatro escolas da rede estadual de ensino em Minas Gerais estão sendo monitoradas por câmeras de segurança 24 horas por dia, segundo a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG). O projeto, que começou em outubro de 2022, já investiu R$ 48 milhões e implantou 2.577 câmeras em 2.577 instituições de ensino. Embora a instalação de câmeras seja importante, especialistas destacam a necessidade de ações coordenadas entre as autoridades e a comunidade escolar para garantir a segurança nas escolas, como a presença de vigilantes, controle de acesso, ações de prevenção à violência e atendimento psicológico aos alunos.
Três em cada quatro escolas da rede estadual de ensino em Minas Gerais possuem câmeras de segurança, totalizando 2.577 instituições monitoradas 24 horas por dia, de acordo com informações da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG). Esses números representam 75% do total de 3.436 unidades de ensino da rede. Nas outras 859 escolas, o sistema está sendo implantado atualmente, segundo a SEE-MG.
A implementação da tecnologia teve início em outubro do ano passado. O diretor da Escola Estadual Laíce Aguiar, Domingos Borralho Monteiro, enfatiza a importância do projeto: “Sem as câmeras, fica uma sensação de insegurança”. Na instituição comandada por Monteiro, foram instaladas 16 câmeras em corredores, portarias, escadas e pátio, além de sensores de presença com alarmes sonoros que são acionados em caso de movimentação suspeita.
As imagens capturadas pelas câmeras são disponibilizadas para a diretoria da instituição e também para uma empresa terceirizada contratada pelo governo de Minas. “Posso escolher a câmera, ampliar a imagem e até reproduzir em câmera lenta”, descreve o diretor sobre o uso diário das câmeras. O investimento em todo o estado foi de R$ 48 milhões.
Alternativas para garantir a segurança nas escolas
Apesar de a instalação de câmeras de segurança ser uma medida importante para garantir a segurança nas escolas, ela não é suficiente para coibir ameaças e ataques aos espaços de ensino. Por isso, especialistas defendem a necessidade de ações coordenadas entre as autoridades e a comunidade escolar.
Para além dos equipamentos, a presença de um porteiro ou vigilante pode ajudar no controle ao acesso nas instituições e garantir mais segurança aos alunos e professores. A pesquisadora Valéria Cristina Oliveira, do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp), destaca que essas medidas têm mais êxito quando são feitas em conjunto.
Outras alternativas que podem ser adotadas para garantir a segurança nas escolas incluem o controle de acesso à instituição por meio de detector de metais, catracas e a presença de policiais militares nas proximidades. É importante ressaltar que a instalação dessas medidas não deve fazer com que se ignore outras atividades importantes para prevenir a violência, como o atendimento psicológico aos alunos e ações de resistência às drogas e à violência.
Famílias de alunos matriculados em escolas com câmeras de segurança reforçam que elas não são sinônimo de tranquilidade. Além da instalação de equipamentos, eles desejam medidas mais eficazes, como o controle de entrada nas escolas, detector de metais e catracas. É necessário que as autoridades sejam proativas em adotar alternativas para garantir a segurança nas escolas e atuem em conjunto com a comunidade escolar para prevenir a violência.
Da redação, Djhessica Monteiro
Fonte: O Tempo