Há quase um mês impedida de colocar “La Putaria” na fachada, a creperia que fica no coração da Savassi, Região Centro-Sul de BH, ganhou um novo letreiro: “La Censura”.
A rede La Putaria vende waffles e crepes com formatos de órgãos sexuais masculinos e femininos e foi criada em Lisboa, Portugal, pela esteticista mineira Juliana Lopes e o namorado austríaco, Robert Kramer.
Quando veio para para o Brasil, já gerou polêmica na abertura da loja de BH. O vereador Álvaro Damião (União Brasil) chegou a enviar uma representação à Promotoria de Justiça de Defesa das Crianças e dos Adolescentes de Minas Gerais para restringir o acesso de menores de 18 anos à doceria.
Mas foi após a inauguração da loja no Rio de Janeiro que veio a obrigação da retirada do controverso letreiro nas unidades do país.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou que os estabelecimentos não deixem, em local visível externamente, produtos com conteúdo “pornográfico” e que menores de 18 anos não entrem em lojas do tipo.
Juliana contou ao g1 que a mudança confunde os clientes e afeta a marca, mas não intimida.
“Dá vergonha porque vivemos em um país com tantas coisas para tratar e as pessoas se preocupando com isso. Nosso objetivo é ser uma marca jovem e divertida, então isso vai contra tudo o que a gente acredita. Mas se a vida te dá limões, faça uma limonada! Se depender da gente, essa mudança não vai atrapalhar. Vamos até fazer uma festa de inauguração para comemorar”, afirmou.
Polêmica e filas em BH
À época da inauguração da loja em BH, a rede disse que não visava ao público infantil, mas que a decisão de entrada de crianças e adolescentes deveria ser dos pais.
“É comida que nós vendemos. Sim, tem formas de órgãos genitais, mas ainda é comida. A maioria das pessoas vê isso como engraçado e novo. Cabe aos pais, avós e outras pessoas com mais de 18 anos decidirem se querem trazer alguém com menos de 18 anos. Somos um lugar inclusivo e aberto, não discriminamos e nunca discriminaremos ninguém. Claro que nosso público e nosso target nunca foram, nem será, o infantil”, informou a rede por meio de nota.
A novidade fez com que os clientes fizessem fila na porta. Com poucos dias de funcionamento, a loja já vendia 250 doces diariamente.
Sucesso de vendas
As discussões não impediram o sucesso da marca, que hoje tem cinco lojas – além de Lisboa, BH e Rio, está presente em São Paulo e em Roma, na Itália.
A doceria começou com crepes em formatos de vaginas e pênis, medindo 16,5 centímetros, e com opções de combinações de coberturas como chocolate, creme de avelã, doce de leite, banana e morango.
Hoje, também oferece crepes salgados, milkshakes e sorvetes. Aposta ainda em vendas de camisetas, bonés, canecas e pijamas. Em breve, promete mais novidades.
“Vamos iniciar com mini pênis e vaginas, de cerca de quatro centímetros, para passar no chocolate, como um fondue. Também vamos começar a fazer picolés com os formatos. A ideia é ser uma marca de lifestyle, mesmo sendo do gênero alimentício, levando as coisas de forma mais leve e não tão a sério”, disse Juliana.
Com g1