Uma nova forma de combate a dengue, zika e chikungunya, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, está sendo implementada pelo Governo de Minas em parceria com o World Mosquito Program (WMP), realizado no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A biofábrica Wolbachia possuirá tecnologia para produzir mosquitos capazes de conter a disseminação dessas arboviroses.
O Método Wolbachia
De acordo com informações no site do WMP, esse método “consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais estabelecendo, aos poucos, uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia”. Vale destacar que os mosquitos Wolbitos, como são conhecidos, não são transgênicos e não transmitem doenças.
“A Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 50% dos insetos, inclusive em alguns mosquitos. No entanto, não é encontrada naturalmente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dele, contribuindo para redução destas doenças”.
O site traz a informação ainda de que “com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça estável sem a necessidade de novas liberações. Este efeito torna o método autossustentável e uma intervenção acessível a longo prazo”.
Biofábrica
No mês passado, o Governo de Minas anunciou o início das obras da Biofábrica Wolbachia ainda em abril.
A construção da unidade para controle de arboviroses está prevista no Acordo Judicial firmado pelo poder público com a Vale, em razão dos danos provocados pelo rompimento da barragem na Mina do Córrego Feijão, em Brumadinho, 2019.
A biofábrica será instalada em um terreno do Estado localizado no bairro Gameleira, região Oeste de Belo Horizonte, com um valor de construção de mais de R$ 20 milhões.
Em um primeiro momento, atenderá 22 municípios da Bacia do Rio Paraopeba: Betim, Brumadinho, Cachoeira da Prata, Caetanópolis, Curvelo, Esmeraldas, Felixlândia, Florestal, Fortuna de Minas, Ibirité, Igarapé, Juatuba, Maravilhas, Mário Campos, Papagaios, Pará de Minas, Paraopeba, Pequi, Pompéu, São Joaquim de Bicas, São José da Varginha e Três Marias.
Posteriormente, no entanto, segundo o secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti, o objetivo será estender a tecnologia para o combate à transmissão dessas doenças em todo o estado. “A previsão é termos os primeiros mosquitos já sendo espalhados nessa região no final de 2024, e que o próximo ano epidêmico seja daqui a três anos”, analisou Baccheretti.
Esforços da população
A participação da população é fundamental no combate às doenças provocadas pelo Aedes aegypti. O mosquito coloca ovos em recipientes com água parada. Assim, os moradores precisam eliminar todos os possíveis focos em seus imóveis.
Caixas d’água sem cobertura, pneus, pratinhos de vasos de planta, calhas, latas, são alguns dos possíveis criadouros do mosquito.
Da Redação com Agência Minas e WMP