Um dos produtos mais deliciosos de Minas agora é um patrimônio cultural e imaterial de nosso estado: o Queijo Cabacinha, feito na região do Vale do Jequitinhonha. O produto recebe esse nome devido ao formato, semelhante a uma cabaça, denominação popular para o fruto milenar muito utilizado em artesanatos.
De acordo com levantamento da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), 160 famílias produzem o alimento em sete municípios da região. “O queijo cabacinha é reconhecido pelo Estado desde 2014, quando foi publicada a primeira portaria de identificação do Vale do Jequitinhonha como tradicionalmente produtora deste queijo. Sua produção nesta região remete a meados do século 20 e a origem cultural ainda é estudada”, explica a assessora técnica da Diretoria de Agroindústria e Cooperativismo da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Viviane Neri.
Como é o preparo do queijo
O Queijo Cabacinha é produzido exclusivamente com leite cru de vaca. A coagulação ocorre por geleificação, por meio da adição de soro fermentado e coalho ou coagulante, resultando em alterações na estrutura da caseína, uma proteína de alto valor biológico presente no leite. Nesse estágio, o produto se transforma em uma coalhada.
As etapas seguintes envolvem a mexedura e o aquecimento. A coalhada é dividida em massas menores usando pás, o que intensifica a liberação do soro, reduzindo o volume dos grãos e aumentando sua densidade. Obtido o ponto da massa, inicia-se o processo de fermentação, que dura de 12 a 24 horas. Após completar esse processo, o queijo é moldado manualmente, com a imersão em água quente. Por fim, o produto passa por um período de maturação, no qual é pendurado para secar.
Projeto de lei
Sancionado pelo governador Romeu Zema (Novo), o projeto para tornar o Queijo Cabacinha patrimônio imaterial e cultural de Minas surgiu através de projeto de lei do deputado Dr. Jean Freire (PT), aprovado em junho deste ano pela Assembleia de Minas. “O seu modo de produção tem saberes tradicionais. E o reconhecimento pelo poder Executivo pode resultar no fortalecimento da sua produção, consumo e, consequentemente, na geração de renda para diversas famílias, promovendo o desenvolvimento da região e garantindo a continuidade dessa tradição tão valiosa para nós”, relatou o deputado em entrevista ao Diário do Comércio.
Da redação com Agência Minas