A 123milhas protocolou nesta terça-feira (29/08) um pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A medida tem como objetivo assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos com clientes, ex-colaboradores e fornecedores. A empresa anuncia na petição o valor da causa em R$ 2,308 bilhões.
Quando o processo de recuperação judicial é aceito pela Justiça, a empresa consegue um prazo de dois anos para pagar suas dívidas.
“No fim de um ano da recuperação judicial, a empresa tem que pagar 40% do valor da dívida e no fim do segundo ano, os outros 60%. Mas muitas vezes, este processo também é uma oportunidade da companhia dar uma negociada com os fornecedores, com os credores. A recuperação judicial não é uma falência. É uma negociação, mas ajuizada”, explica Roberto Kanter, economista e professor de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Segundo a 123milhas, a recuperação judicial permitirá à empresa concentrar em um só juízo todos os valores devidos. A companhia avalia que, desta forma, chegará mais rápido a soluções com todos os credores para, progressivamente, reequilibrar sua situação financeira.
Em nota, a A 123milhas ressaltou que “permanece fornecendo dados, informações e esclarecimentos às autoridades competentes sempre que solicitados”.
“A empresa e seus gestores se disponibilizam, em linha com seus compromissos com a transparência e a ética, a construir conjuntamente medidas que possibilitem pagar seus débitos, recompor sua receita e, assim, continuar a contribuir com o setor turístico brasileiro”, completa.
Nesta segunda-feira (28), a 123milhas anunciou uma reestruturação com demissões nas áreas administrativa, financeira e tecnologia. A empresa também anunciou a suspensão do site HotMilhas, de venda e compra de milhas aéreas.
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MPMG pede bloqueio de R$ 20 milhões da 123 milhas
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou Ação Civil Pública contra a 123 milhas, os dois sócios administradores da empresa, além da Novum Investimentos Participações S/A, pessoa jurídica que compõe o quadro societário, pedindo à Justiça o bloqueio de ao menos R$ 20 milhões das contas deles, tendo em vista uma futura indenização aos consumidores.
O MPMG, por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Cidadão de Uberlândia, também pediu que sejam proibidas as “promoções flexíveis” da 123milhas, a fim de evitar novos danos e novas vítimas.
Ao julgamento final da ação, o MPMG pede a condenação da 123milhas ao pagamento de danos morais coletivos em valor não inferior a R$10 milhões e também ao pagamento de danos individuais (patrimoniais e extrapatrimoniais) a serem apurados em liquidação de sentença.
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