A Polícia Militar (PM) de Meio Ambiente fez uma descoberta alarmante na cidade de Catas Altas, na região Central de Minas Gerais, ao flagrar uma operação ilegal de extração de minério de ferro em uma área de reserva ambiental pertencente à gigante mineradora Vale. A ação policial, que teve como desfecho a apreensão de uma escavadeira deixada para trás pelos suspeitos, ocorreu na última segunda-feira, 11 de setembro.
Segundo informações do sargento Vinícius Mendes, a PM de Meio Ambiente de Barão de Cocais foi acionada por seguranças terceirizados da própria Vale. Esses profissionais relataram que uma quadrilha estava invadindo e realizando a extração de materiais na área de preservação pertencente à mineradora.
Conforme a narrativa dos seguranças, eles estavam conduzindo uma inspeção de rotina quando depararam-se com dois indivíduos que tentaram intimidá-los a sair do local. Ao se aproximarem, os criminosos fugiram, abandonando, entretanto, a pesada máquina utilizada para a escavação.
A PM de Meio Ambiente constatou, adicionalmente, que cerca de 4 mil metros quadrados de Mata Atlântica haviam sido desmatados na área de extração ilegal, além da evidente retirada de minério de ferro, de propriedade da Vale. Até o momento, a mineradora não se pronunciou sobre essa preocupante violação em uma de suas áreas de preservação.
Em uma reviravolta ainda mais preocupante, após a apreensão da escavadeira e seu rebocamento para encaminhamento à Polícia Federal (PF), o motorista do reboque foi abordado por três indivíduos que tentaram suborná-lo e intimidá-lo para que a máquina fosse entregue ao trio.
A PM revelou que pesquisas em seus registros indicam que denúncias de extração ilegal já eram feitas naquela localidade há pelo menos 4 anos. Em 2019, um registro policial apontou que pelo menos 10 carretas carregadas com minério extraído de forma ilícita eram vistas diariamente, sendo que o material era transportado para Sete Lagoas, na mesma região.
Há, ademais, relatos de que indivíduos armados permaneciam na área com o propósito de ameaçar e intimidar qualquer um que se aproximasse da operação ilegal. Agora, uma investigação minuciosa será conduzida para identificar os responsáveis pela extração criminosa e preservar essa área ambiental vital.
Da redação com O Tempo