O Museu Mineiro da Extensão Rural, inaugurado em Belo Horizonte, conta a história do desenvolvimento agropecuário de Minas Gerais e do Brasil. O museu exibe veículos, máquinas agrícolas, móveis e outros objetos, além de fotografias e maquetes, permitindo aos visitantes acompanhar a evolução do meio rural. Destaca-se o papel dos extensionistas rurais na disseminação de conhecimento e tecnologia para impulsionar a produção agropecuária.
Tudo começou há 75 anos, em 1948, com a fundação da Associação de Crédito e Assistência Rural (Acar), que posteriormente passou a se chamar Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). O cafeicultor Luis Carlos Zanetti, de Poços de Caldas, no Sul de Minas, é testemunha da relevância dos serviços da extensão rural. “Antes a gente praticamente não tinha assistência técnica. E a Emater ajudou muito na implantação do arroz, do milho, e do café aqui na região. Até hoje a Emater é muito atuante, é um dos órgãos do governo mais importantes que a gente conhece. A empresa faz o trabalho dela com amor e carinho e ajudou muita gente por onde passou. Essas pessoas que trabalham na Emater são muito dedicadas”, afirma.
Outro produtor que tem boas lembranças do trabalho dos extensionistas é Antônio Vaz Bueno, da comunidade Córrego Falso, em Divinópolis, Centro-Oeste do estado. “A Acar foi o braço forte da evolução aqui na região, naquele ritmo de inovação. Então, a mensagem que eu passo para a Emater é de parabéns. Todas aquelas pessoas que seguiram as orientações da Emater não se sentiram frustradas na produção. Elas conseguiram avançar”, conta.
Homenagem
O Museu Mineiro da Extensão Rural foi nomeado em homenagem ao falecido ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, por iniciativa da diretoria executiva da Emater-MG. Alysson Paolinelli, que ocupou o cargo de ministro da Agricultura entre 1974 e 1979, é reconhecido como um dos líderes globais da agricultura e defensor da segurança alimentar por meio de práticas agrícolas eficientes e sustentáveis. Engenheiro agrônomo e professor universitário, ele desempenhou um papel fundamental na introdução de tecnologia na agricultura, contribuindo para que o Brasil se tornasse uma potência agrícola, especialmente na região do Cerrado, que se tornou um grande produtor de alimentos para o mundo.
O governador Romeu Zema elogiou a escolha do homenageado durante a cerimônia de inauguração do museu, destacando a visão compartilhada de desenvolvimento sustentável. O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas, Thales Fernandes, ressaltou o papel dos extensionistas rurais no desenvolvimento econômico de Minas Gerais, enquanto o diretor-presidente da Emater-MG, Otávio Maia, enfatizou a importância histórica da extensão rural e o legado de Paolinelli.
A solenidade contou com a presença de Marisa Gonzaga, viúva de Alysson Paolinelli, bem como do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, o ex-senador Arlindo Porto, o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo, a ex-secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais Ana Valentini, e outros dignitários, incluindo líderes da Rede Alysson Paolinelli de Sustentabilidade e da Academia Latino-Americana do Agronegócio (Alagro), Manoel Mário.
Espaço
O Museu Mineiro da Extensão Rural Alysson Paolinelli, localizado em Belo Horizonte, apresenta um acervo catalogado por estudantes de Museologia da UFMG, sob a coordenação do professor Jezulino Mendes Braga. O museu aborda temas como a Vida no Campo, o Clube 4 S, a Extensão Rural e as Perspectivas Futuras. Ele oferece uma experiência envolvente aos visitantes, combinando veículos, objetos, fotografias e depoimentos de extensionistas e produtores rurais.
O destaque do acervo é o Jeep Willys MB de 1951, que desempenhou um papel crucial na época da Acar ao alcançar áreas de difícil acesso. O projeto arquitetônico, elaborado pelo arquiteto Flávio Lima, inclui recursos como piso antiderrapante, iluminação flexível e espaço para exposições temporárias.
O museu está aberto de segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 13h às 17h, na Avenida Raja Gabaglia, número 1.626, bairro Luxemburgo, em Belo Horizonte, nas instalações da Emater-MG.
Da Redação com Agência Minas