Todos os meses traficantes pagavam R$ 1.200 para um idosa de 91 anos e seu neto, de 35, transformarem a casa onde viviam em um depósito de drogas. A idosa, o familiar e outras quatro pessoas acabaram presos na tarde do último sábado (11) após a Polícia Militar receber uma série de denúncias que apontavam que alguns imóveis do aglomerado Cabana do Pai Tomás, na região Oeste de Belo Horizonte, estariam sendo usados pelo crime.
Foram presos quatro jovens, com idades entre 18 e 20 anos, e um adolescente de 16 anos acabou apreendido por envolvimento com o tráfico na região.
Segundo o registro policial, era por volta das 14h30 de sábado quando uma viatura que fazia patrulhamento de rotina recebeu uma denúncia anônima que indicava para o armazenamento de armas e drogas em três endereços da região. Todos os pontos eram controlados pela chamada “CTA”, ou “Comando Terrorista da Alkimin”.
Diante da informação, os militares iniciaram então os levantamentos e, ao passarem pela rua sete de setembro, avistaram um jovem de 20 anos correndo. Ao abordá-lo, foi encontrado com ele R$ 800 em dinheiro e uma bucha de maconha.
Já no beco Chapinha, a PM avistou um grande número de olheiros do tráfico que, por rádio, comunicavam com comparsas se referindo aos policiais como “sopa”, código usado pela quadrilha para avisar a chegada da viatura. A ação acontecia nas proximidades da casa da idosa, que estava junto do neto na hora da abordagem.
Em um dos quartos da casa da aposentada os policiais localizaram 495 porções de maconha, 25 porções da mesma droga embaladas com seda e isqueiro, uma barra maior da droga e três rádios comunicadores. Assim que os materiais foram encontrados, a idosa então confessou que ela e o neto recebiam o “salário mínimo” para manter o depósito de materiais para os traficantes locais.
Em outro endereço apontado pelo denunciante, entre um muro e um beco, a PM encontrou então uma réplica de pistola, 15 cartuchos calibre 380, um cartucho calibre 32, um de calibre 9 mm, e duas balanças de precisão. Em outro ponto foram apreendidas ainda uma porção de crack e quinze comprimidos de ecstasy.
Já ao adentrarem na casa de uma mulher de 25 anos, também denunciada por guardar materiais para traficantes, os policiais encontraram um suspeito de 19 anos carregando um saco de lixo com cerca de 2.500 pinos de cocaína, 52 papelotes da mesma droga, 24 frascos de lança perfume e R$ 1.444 reais em dinheiro.
Durante a prisão dos diversos jovens, pelo menos três deles confessaram estar no endereço para abastecer as bocas de fumo do “CTA”, facção que foi alvo da denúncia anônima. Um deles, inclusive, teria admitido estar ali para “gerenciar” o material a mando de um “traficante de hierarquia superior”, que seria conhecido como “Nem”.
De acordo com a PM, foram feitas buscas pelo suposto líder dos traficantes presos, porém, ele não foi encontrado. A mulher de 25 anos que teria “emprestado” o imóvel para os criminosos não foi encontrada, porém, teve documentos colhidos no imóvel e responderá pelo crime na Justiça.
Com O Tempo