As negociações para a retirada da delegada Monah Zein de seu apartamento, em Belo Horizonte, já se estendem por 24 horas, mobilizando familiares, amigos e equipes da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e do Samu. O motivo da presença policial no local ainda não foi esclarecido oficialmente, mas fontes indicam preocupação com a saúde mental da servidora.
As conversas tiveram início por volta das 9h de terça-feira e, até o momento, não há informações sobre os motivos que levaram as equipes da Polícia Civil ao apartamento da delegada. Fontes internas sugerem que mensagens emocionalmente sensíveis enviadas por Monah Zein causaram apreensão entre os membros da instituição, levantando preocupações sobre seu estado psicológico.
A versão oficial da PCMG é contestada pelos advogados da delegada, que alegam que ela é vítima de perseguições dentro da instituição. Em comunicado à imprensa, os advogados atribuem o estado delicado de saúde de Monah a retaliações sofridas ao longo de sua carreira, criticando a postura do chefe de polícia e do governador do Estado em relação às condições de trabalho dos servidores.
O caso teve início quando policiais foram ao endereço da delegada na terça-feira, por volta das 9h, utilizando escudos de proteção. Durante o contato, houve tentativa de utilização de um taser, seguida por pelo menos três disparos feitos pela delegada, que não atingiram os policiais. Desde então, ela se trancou no apartamento, ficando incomunicável.
Em uma live realizada durante a tarde de terça-feira, Monah acusou servidores da Polícia Civil de assédio, destacando a violação à sua privacidade e afirmando ser uma vítima de perseguição. Ela também expressou sua indignação com a presença policial, classificando a situação como um “teatro adoecedor” promovido pela instituição.
A mãe da delegada chegou ao apartamento na noite de terça-feira, vinda do Paraná, após ser contatada pelas autoridades. A presença da família visa persuadir Monah a deixar o local, considerando a preocupação com seu estado de saúde. A delegada, por sua vez, questionou a estratégia policial nas redes sociais, alegando que utilizaram sua mãe de maneira inadequada.
Nota da Polícia Civil de MG
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que encontra-se em andamento ocorrência envolvendo uma delegada da instituição, que desferiu disparos com uma arma de fogo dentro de uma residência, no bairro Ouro Preto, em Belo Horizonte, na tarde desta terça-feira (21/11).
Não houve feridos e a situação segue sendo acompanhada pelas equipes de negociação da PCMG, com auxílio do Centro de Apoio Biopsicossocial da Polícia Civil, Corregedoria Geral de Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Da redação com O Tempo