A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) está investigando um caso de rac1smo e homofobi4 ocorrido em Boa Esperança, no Sul de Minas. As agressões aconteceram na casa de uma mulher de 45 anos, no centro da cidade, na tarde de sexta-feira, 26 de janeiro. O incidente foi gravado em vídeos que se tornaram virais nas redes sociais e estão sendo analisados pela equipe de investigação. Além da mulher agredida, de 44 anos, o suspeito, de 53 anos, também é acusado de cometer crime de homofob1a contra o proprietário do imóvel, um homem de 32 anos.
Os vídeos mostram o suspeito proferindo ofensas rac1stas à mulher, chamando-a de “feia” e “mac4c4”, além de afirmar que ela “mexeu com a pessoa errada”. Trechos do vídeo revelam o tom agressivo do suspeito: “Chama a polícia, me põe na cadeia, vagabunda desgraçada, me põe na cadeia. Eu tô aqui em cima, eu não vou fugir não. Vagabunda, pret4, m4caca. Mexeu com meus cachorros, foi? Achou que eles não tinham ninguém por eles? Sua feia, encardida”. Veja aqui:
Vídeo mostra homem chamando mulher de “feia” e de “macaca” no Sul de Minas O caso ocorreu durante a tarde desta sexta-feira (26 de janeiro); o suspeito também teria cometido o crime de homofobia contra o proprietário do imóvel em que ele é inquilino
Posteriormente, o suspeito arremessa plantas em direção à mulher, que estava acompanhada de sua filha. Nos vídeos, é possível ouvir a voz e o choro de uma criança. A mulher tenta acalmar a situação enquanto o agressor lança as plantas pela grade de um portão.
De acordo com informações da Polícia Militar, a discussão teve início quando a mulher pediu ao suspeito para diminuir o volume do som e controlar seus cachorros, que estavam incomodando uma vizinha. O suspeito recusou-se a atender ao pedido, levando a mulher a comunicar o ocorrido ao proprietário do imóvel. O dono da casa tentou contato com o inquilino, que mais uma vez se recusou a baixar o volume da música e acalmar os cães.
Consciente da discussão, o proprietário acionou a Polícia Militar. Ele relatou o ocorrido aos militares, mencionando ter sido vítima de homofobia via WhatsApp. Esse homem, de 32 anos, afirmou ter guardado as mensagens e planeja apresentá-las em um “momento oportuno” durante a investigação.
Os militares conduziram o suspeito, a mulher agredida e o proprietário do imóvel até a delegacia. O caso está sob investigação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Em comunicado, a PCMG informou que o homem suspeito das agressões foi ouvido na Delegacia de Polícia Civil em Boa Esperança e liberado, enquanto as vítimas também foram ouvidas. A PCMG está apurando as circunstâncias que envolvem os fatos.
Crime
Desde janeiro de 2023, a injúria racial é equiparada ao crime de racismo. A alteração retirou a menção à raça e etnia do item específico do Código Penal (art. 140), que passa a se limitar a contextos de “religião, idade ou deficiência”, e inseriu novo artigo na Lei de Crimes Raciais (Nº 7.716/89), citando “raça, cor ou procedência nacional” como modalidades do racismo, e definindo pena de multa e prisão de dois a cinco anos.
Na prática, por ser um crime enquadrado na Lei de Racismo, o autor será investigado. Não é mais necessário que a vítima decida se quer ou não prosseguir com a apuração.
Da Redação com OTempo/em.com.br