Um recruta da Marinha de Belo Horizonte denuncia atos racistas cometidos por colegas e até por um superior na Capitania Fluvial de Minas Gerais. Dentre as mensagens ofensivas, um dos envolvidos falam em “receber banana” e “chibatada.
As informações são do portal UOL. O recruta, de 19 anos, começou a ser alvo de ataques em novembro de 2023. Ele, que prefere não se identificar, foi transferido da unidade no bairro Belvedere para outra unidade na avenida Raja Gabaglia. “Quando foi transferido, perguntou para o superior o que faria na nova unidade. O superior respondeu: ‘ser escravo'”, disse o advogado Gilberto Silva, que representa o recruta.
As ofensas também foram disseminadas entre os colegas em um grupo de WhatsApp. “Nesse grupo, ele é xingado de macaco, preto, macumbeiro, primata. Falam que é para ele receber banana, chibatada”, afirma o advogado, que também é presidente da Comissão de Promoção da Igualdade Racial da OAB-MG, Subseção Lagoa Santa.
O recruta relatou os ataques, que também acontecem presencialmente, à polícia na terça-feira (30). O advogado diz que também acionará a Justiça pelo crime de racismo e por danos moral e psicológico. “Ele ficou bastante abalado, está ainda”, contou Gilberto Silva.
Por meio de nota enviada ao UOL, a Marinha lamentou o episódio e disse que serão realizados os procedimentos para apuração do caso. “A MB [Marinha do Brasil] lamenta o ocorrido e reafirma o seu compromisso com a ética e com o respeito à dignidade da pessoa humana e reitera seu firme posicionamento contra condutas que afetam a honra e o pundonor militar”.
A Polícia Civil foi procurada, mas ainda não se manifestou.
Da redação com UOL