A piracema chegou ao fim, e os pescadores de Minas Gerais já estão com seus equipamentos de pesca preparados. Após quatro meses de suspensão para garantir a reprodução dos peixes, a prática voltou a ser permitida no estado a partir desta quinta-feira (29).
A piracema é um período crucial para a preservação das espécies. As medidas visam a proteger os peixes durante o ciclo reprodutivo, quando migram para as cabeceiras dos rios. Pois a proibição garante que os peixes amadureçam e completem seu ciclo de vida, assegurando a perpetuação das espécies. Portanto, a piracema coincide com o período chuvoso e varia de acordo com cada estado e as espécies nativas da região.
Em Minas Gerais, a piraceba protege espécies como “barbado”, “piau”, “mandi” e “traíra”, entre outras. Apesar da liberação geral da pesca, o Rio Paraopeba segue com restrições até a Represa de Retiro Baixo, em decorrência do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, conforme determinação do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM).
A jornada da Piracemas
O termo “piracema” vem do Tupi e significa “subida do peixe”. Refere-se à migração contra a correnteza realizada pelos peixes em busca de locais adequados para desova. Em uma jornada exaustiva, algumas espécies percorrem mais de 2 mil km para garantir a reprodução.
No trajeto, os cardumes enfrentam obstáculos naturais e artificiais, como cachoeiras e barragens de hidrelétricas. Durante a migração, alterações hormonais preparam os peixes para a reprodução, influenciadas por fatores como chuva e temperatura.
A liberação da pesca após a piracema representa um equilíbrio entre a prática pesqueira e a preservação ambiental, garantindo a sustentabilidade dos recursos pesqueiros para as futuras gerações.
Djhéssica Monteiro
Fontes: IEF e Globo Rural