O trabalho de reciclagem de materiais não apenas beneficia o meio ambiente e promove o desenvolvimento sustentável, mas também desempenha um papel significativo na vida de milhares de mulheres em Minas Gerais, muitas das quais são chefes de família. Essas mulheres compartilham histórias inspiradoras de cuidado com o meio ambiente e demonstram uma incrível força de vontade.
Nos últimos cinco anos, o Governo de Minas regularizou o pagamento do Bolsa Reciclagem às associações e cooperativas de catadoras e catadores de materiais recicláveis, enquanto promove políticas públicas e parcerias para fortalecer esse setor. Iniciativas como o ReciclaBelô, realizado durante o último carnaval em Belo Horizonte, e a reabertura do Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR), demonstram esse compromisso contínuo.
Uma pesquisa realizada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) revelou que 80% das organizações cadastradas no programa Bolsa Reciclagem têm mulheres como representantes legais. Além disso, a presença feminina é dominante nos galpões de reciclagem, como testemunhado por Silvana Maria Leal, presidente e co-fundadora da Cooperativa Solidária dos Recicladores e Grupos Produtivos do Barreiro e Região (Coopersoli-Barreiro).
Silvana relata sua experiência de conciliar o trabalho na cooperativa com a maternidade, algo difícil de alcançar no mercado de trabalho convencional. Ela enfatiza que a flexibilidade de horários proporcionada pela cooperativa permitiu-lhe dar uma vida digna às suas filhas.
Outra cooperada, Conceição Lina Viana, destaca o companheirismo entre as mulheres no galpão e como o Bolsa Reciclagem ajudou a melhorar sua qualidade de vida, permitindo-lhe comprar um apartamento e financiar a faculdade de sua filha.
O Bolsa Reciclagem, uma iniciativa pioneira de pagamento por serviços ambientais no Brasil, não apenas promove o desenvolvimento sustentável, mas também melhora as condições sociais e econômicas das pessoas que trabalham com a coleta seletiva. Desde 2019, os repasses regulares do governo de Minas totalizaram mais de R$ 16 milhões, beneficiando cerca de 1.580 catadores a cada trimestre.
Além disso, programas como o ReciclaBelô têm proporcionado oportunidades adicionais de renda para catadores e catadoras durante eventos públicos, como o carnaval de Belo Horizonte. Os participantes recebem diárias pelos serviços ambientais prestados, além de uma remuneração pelo material recolhido.
O CMRR desempenha um papel fundamental nesse cenário, oferecendo cursos de formação, orientação e apoio aos catadores, promovendo ações para transformar resíduos em oportunidades de trabalho e renda.
Essas iniciativas não apenas fortalecem o setor de reciclagem, mas também demonstram o potencial transformador da solidariedade e da cooperação entre as mulheres, capacitando-as a criar um futuro mais sustentável e próspero para si e suas famílias.
Da Redação com Agência Minas