Neste sábado (25), no Cemitério Belo Vale, em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte, foi realizado o velório de Felipe Júnior Moreira Lima, de 26 anos, seu filho Heitor Felipe, de 9 anos, e sua prima Laísa Emanuelle Pereira de Oliveira, de 11 anos. O sentimento de revolta dominou o ambiente.
As vítimas foram assassinadas em uma chacina durante uma festa infantil em Ribeirão das Neves, também na Grande BH. Os corpos foram enterrados à tarde, em meio a um clima tenso, com uma viatura policial garantindo a segurança da cerimônia.
No total, três pessoas morreram e quatro ficaram feridas. Lígia Moreira, tia de Felipe, foi uma das sobreviventes que quase foi atingida por um dos tiros. “Se eles queriam pegar meu sobrinho, deveriam ter esperado o Felipe sair da festa. Eles quiseram fazer uma chacina. O cara chegou atirando para todos os lados e só tinha gente da família. A maioria dos convidados já tinha ido embora, só tinham crianças”, relatou à Itatiaia.
Ela testemunhou o momento em que os criminosos chegaram ao sítio. “Eu estava esperando meu marido chegar para levarmos o Felipe embora. Quando veio o carro branco, achei que era de outro rapaz que estava na festa. Eu estava conversando com uma vizinha quando o carro parou. Quando abriu a porta, dois desceram atirando”, contou.
Lígia afirmou que outros dois homens ficaram dentro do carro. “Gritei: corre Felipe. Eu sabia o que eles queriam”, disse. A tragédia não foi maior porque ela entrou em luta corporal com um dos bandidos.
‘Pulei em cima dele’
“A mulher que tem um filho com o Felipe veio com um cabo de vassoura batendo nele. Fui correndo e pulei em cima. Acho que foi nesse momento que o comparsa dele se apavorou e atirou para o meu lado e acabou acertando ele”, explicou. Um dos suspeitos, de 24 anos, foi baleado e deu entrada na UPA JK em Contagem, onde foi preso em flagrante. Segundo a Polícia Militar (PM), a tragédia está ligada à guerra do tráfico de drogas no Morro Alto, em Vespasiano.
Lígia também contou que a família vinha sendo ameaçada há três meses: “Meu portão está todo furado de bala. Meu cachorro já foi baleado. Eles chegaram lá para matar todos nós”, disse revoltada.
Sonho interrompido
Lígia, que ajudou a criar Felipe desde que ele tinha um ano e oito meses, lamentou profundamente a perda. “Ele não merecia morrer assim. Ninguém merece morrer assim. O filho dele era jogador, ele ia mudar a história da nossa família”, disse emocionada.
O aniversariante Heitor tinha o sonho de ser jogador profissional de futebol e estava no caminho para realizá-lo. Ele era atleta da escolinha do Atlético e, conforme apuração da Itatiaia, treinava em uma escolinha conveniada ao América.
O crime
A Polícia Civil investiga a chacina que resultou na morte de duas crianças, de 9 e 11 anos, e um homem, de 26 anos. De acordo com a Polícia Militar (PM), a tragédia está relacionada à guerra do tráfico de drogas no Morro Alto, em Vespasiano. Ao todo, sete pessoas foram baleadas.
Da Redação com Itatiaia