O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, realizou uma coletiva de imprensa na quinta-feira, 11, onde reafirmou sua capacidade de governar por mais quatro anos, mesmo em meio a gafes notáveis.
Sob forte pressão para desistir da candidatura, Biden garantiu repetidamente que continuará na campanha eleitoral, afirmando ser “a pessoa mais qualificada para concorrer à Presidência”. “Acredito que sou o mais qualificado para governar”, disse Biden. “Acredito que sou o mais qualificado para vencer.” Ele destacou que só sairia da corrida se sua equipe dissesse que não há possibilidade de vitória, mas reforçou: “Ninguém está dizendo isso. Nenhuma pesquisa diz isso.”
A coletiva, destinada a mostrar que o presidente está pronto para outro mandato, foi marcada por um erro significativo quando Biden confundiu sua vice, Kamala Harris, com Donald Trump. O incidente ocorreu poucas horas após ele ter chamado o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de “presidente Putin”.
“Eu não teria escolhido a vice-presidente Trump para ser vice-presidente se não achasse que ela não era qualificada para ser presidente”, disse Biden em resposta a uma pergunta sobre a capacidade de Kamala Harris de derrotar Trump.
O ex-presidente republicano aproveitou a oportunidade, publicando o clipe do momento em sua rede social com a legenda sarcástica: “Ótimo trabalho, Joe!”.
Apesar da confiança expressa por Biden, sua campanha reconheceu que ele está atrás nas pesquisas, e um número crescente de assessores está preocupado com a possibilidade de reverter essa situação. De acordo com o The New York Times, a equipe de campanha de Biden e Kamala Harris tem sondado discretamente as chances de Harris derrotar Trump. No entanto, Kamala continua leal a Biden.
Uma pesquisa Ipsos, publicada pelo Washington Post e ABC, mostra Biden e Trump empatados com 46% das intenções de voto. No entanto, 67% dos entrevistados acreditam que Biden deveria retirar sua candidatura, incluindo 56% dos eleitores democratas.
Durante a coletiva, Biden admitiu que não cumpriu sua promessa de 2020 de ser uma “ponte” para uma nova geração de democratas, citando a gravidade da situação herdada como justificativa para continuar no cargo e “terminar este trabalho”.
Ele também comentou sobre o debate presidencial contra Trump, que iniciou a pressão por sua desistência, admitindo que foi “um erro”. Questionado sobre como evitar “mais noites ruins” como aquela, Biden afirmou que a melhor maneira de garantir isso é perguntando se ele está “fazendo o trabalho direito”, destacando os feitos de seu governo.
Além disso, Biden negou relatos de que queria limitar seus compromissos até as 20h para ter mais horas de sono, afirmando que apenas sugeriu ser mais sensato se controlar um pouco. Ele garantiu que seus exames neurológicos recentes confirmaram sua capacidade cognitiva e se comprometeu a realizar novos exames se os médicos acharem necessário.
“Se eles (médicos) acharem que há um problema, eu prometo, ou mesmo se eles acharem que não há problema, mas acharem que eu deveria fazer um exame neurológico novamente, eu farei”, disse Biden. “Mas não importa o que eu faça, ninguém ficará satisfeito.”