A tensão política na Coreia do Sul aumenta-se a cada dia: após o mandado de prisão expedido contra o presidente afastado Yoon Suk-yeol, o ex-mandatário disse que “lutará até o fim”. Autoridades afirmam que até segunda-feira (6) ele estará detido.
O político, do Partido do Poder Popular (direita) está impedido de sair do país e encontra-se na sua residência oficial em Seul. Seus apoiadores estão em frente à sua residência para impedir que seja preso. “Estou assistindo ao vivo no YouTube todo o trabalho duro de vocês”, escreveu o presidente afastado em carta.
Seus advogados relatam que o mandado de prisão é ilegal e inválido. Yoon Suk-yeol é investigado por incitar rebelião e abuso de poder por conta da lei marcial decretada no início de dezembro. O mandado de prisão é válido até o dia 6 de janeiro e permite que a polícia sul-coreana mantenha o político detido por 48 horas. Depois disso, os investigadores deverão decidir se pedem outro mandado ou se o liberam.
Segundo a legislação sul-coreana, o delito de rebelião é um dos poucos onde o presidente não tem imunidade – que pode ter pena de morte.
Porém, o mandado de prisão não foi cumprido porque o serviço de segurança presidencial impediu até agora a entrada de investigadores, citando uma lei que proíbe revistas em locais que contenham segredos de Estado sem o consentimento do responsável.
Desde a tentativa de impor a lei marcial na Coreia do Sul, em 03 de dezembro, Yoon não demonstrou qualquer arrependimento e a sua recusa sistemática em submeter-se às perguntas dos investigadores levantou receios de que uma tentativa de detenção pudesse terminar em violência, agravando a já difícil situação do caso.
É a primeira vez na história da Coreia do Sul que um presidente em exercício é alvo de uma ação judicial do gênero. Yoon Suk-yeol continua chefe do executivo, enquanto aguarda a decisão do Tribunal Constitucional sobre a sua destituição, aprovada em 14 de dezembro pela Assembleia Nacional. Atualmente, está suspenso do cargo e espera-se que a justiça confirme ou rejeite a destituição até meados de junho.
Yoon surpreendeu o país ao declarar lei marcial e enviar o exército para o parlamento. Foi forçado a recuar algumas horas mais tarde, sob pressão dos deputados e de milhares de manifestantes. O antigo procurador, de 64 anos, não respondeu por três vezes às convocatórias para ser interrogado sobre a tentativa de golpe de Estado, o que levou a que fosse pedido um mandado de captura.
com Poder360 e Lusa