Tanto o governo de Israel quanto a imprensa estatal iraniana confirmaram nesta terça-feira (24) o início de um cessar-fogo entre os dois países. A trégua, que foi anunciada horas antes pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrou em vigor após uma série de ofensivas que resultaram em mortes dos dois lados.
Momentos antes da interrupção dos ataques, Israel foi alvo de ao menos cinco ofensivas do Irã, deixando quatro mortos e 12 feridos na região sul do país, segundo informações das Forças Armadas israelenses. Em contrapartida, a capital iraniana, Teerã, registrou explosões durante a madrugada — por volta das 3h no horário local — que foram ouvidas por jornalistas e acompanhadas por sobrevoos militares.

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel atingiu seus principais objetivos militares, incluindo a eliminação de supostas ameaças nucleares e de mísseis balísticos iranianos. Ele também advertiu que qualquer violação ao cessar-fogo resultará em uma resposta imediata.
Apesar da confirmação por parte de Tel Aviv, o Irã inicialmente negou que houvesse um acordo formal. O chanceler Abbas Araqchi declarou que o país só reconheceria a trégua caso Israel cessasse seus bombardeios até às 4h da manhã, horário de Teerã.
O anúncio de Trump ocorreu na noite de segunda-feira (23), quando o ex-presidente afirmou que o cessar-fogo entraria em vigor cerca de seis horas depois. Segundo uma fonte da Casa Branca citada pela Reuters, o entendimento foi alcançado após uma conversa telefônica entre Trump e Netanyahu. Ainda conforme essa fonte, o Irã teria sinalizado disposição para acatar o acordo, desde que não houvesse novas agressões por parte de Israel.
Autoridades norte-americanas como o vice-presidente JD Vance, o secretário de Estado Marco Rubio e o enviado especial Steve Witkoff participaram das negociações, em contato direto e indireto com representantes iranianos.
Escalada do conflito
A atual onda de confrontos iniciou-se em 13 de junho, quando Israel lançou ataques preventivos alegando a necessidade de interromper o avanço do programa nuclear do Irã. Desde então, dezenas de pessoas morreram e milhares ficaram feridas, a maioria civis, de acordo com dados divulgados pelos dois lados.
Durante a ofensiva, alvos militares e instalações nucleares em território iraniano foram bombardeados por Israel. O Irã respondeu com mísseis contra cidades como Tel Aviv, Jerusalém e Haifa.
No fim de semana, os Estados Unidos intensificaram a crise ao atacar a usina nuclear de Fordow, situada em uma instalação subterrânea a 80 metros de profundidade. Em resposta, o Irã disparou mísseis contra uma base americana no Catar. O ataque não causou vítimas, e fontes dos EUA afirmaram que o Irã havia informado previamente sobre a ofensiva, indicando que se tratava de uma retaliação simbólica.
com informações do G1