O Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) da Argentina divulgou que a inflação anual do país superou os cem por cento e atingiu 102,5% em fevereiro. Esse índice é o maior desde setembro de 1991.
No mês passado, a inflação mensal ficou em 6,6%. A inflação acumulada nos primeiros dois meses de 2023 já chegou a 13,1%.
“O que se nota é que o governo do presidente Alberto Fernández está com pouca margem de manobra para agir contra a inflação”, conta o analista da consultoria Orlando Ferrerés & Asociados. “Para reverter o quadro inflacionário, em primeiro lugar, o governo deveria acabar com as incertezas fiscais, mas as exigências de um ano eleitoral e a queda da receita provocada por um quadro de recessão e de seca dificultam avanços neste sentido”, afirmou.
“Além disso, as necessidades financeiras obrigam o banco central a manter a emissão monetária na ordem do dia e, em meio a este quadro, estima-se que 2023 feche com uma inflação de 110%”, disse o consultor.
No ano passado, a Argentina firmou um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para refinanciar uma dívida de US$ 44,5 milhões. Uma das condições desse acordo era que o governo argentino mantivesse a taxa de inflação abaixo de 50% em 2023 e gradualmente reduzisse a inflação nos próximos anos.
da redação com informações do Valor Econômico