O governo da Ucrânia solicitou ao Ministério da Defesa do Brasil a compra de até 450 viaturas blindadas Guarani na versão ambulância, para fins de emergência humanitária. O pedido foi enviado em abril e está sendo analisado pelo governo brasileiro. Essa solicitação ocorre após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter mudado sua postura em relação à guerra na Ucrânia, condenando a violação territorial e destacando a importância da paz. Anteriormente, Lula havia recusado um pedido da Alemanha para envio de munição ao país. Agora, o Brasil avalia a possibilidade de contribuir com ajuda humanitária por meio da venda das viaturas.
Em janeiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recusou um pedido da Alemanha para enviar munição à Ucrânia, que foi invadida pela Rússia em fevereiro de 2022, resultando em um estado de guerra desde então. Na época, Lula justificou sua decisão afirmando que o Brasil é “um país de paz”.
No caso das viaturas blindadas Guarani, a condição estabelecida é que os veículos sejam usados exclusivamente para questões humanitárias e não para combate. A solicitação de compra foi enviada ao Brasil em 27 de abril e foi divulgada pelo site Tecnologia & Defesa, sendo posteriormente confirmada pelo Estadão. O governo brasileiro está analisando o pedido.
Recentemente, Lula alterou sua postura e declarou novamente que o Brasil “condena” a violação territorial da Ucrânia. O presidente enfrentou forte pressão e cobranças dos Estados Unidos e da Europa para se posicionar explicitamente sobre a guerra iniciada por Moscou.
Durante uma viagem à Europa no mês passado, Lula afirmou que nunca equiparou as responsabilidades dos dois países. Ele enfatizou: “Eu nunca igualei Rússia e Ucrânia. Sei o que é invasão e o que é integridade territorial”. Em um evento oficial em Lisboa, no último sábado, o ex-presidente petista destacou: “Mas agora a guerra já começou e alguém precisa falar em paz”.
Da redação
Fonte: Estadão