Uma palestrante no Fórum Econômico Mundial de Davos argumentou que a pesca e o agronegócio deveriam ser considerados ecocídio, um novo crime ambiental. Jojo Mehta, ativista ambiental e fundadora da ONG Stop Ecocídio, expressou sua opinião durante o painel “Onde a natureza encontra o conflito”, moderado por Ilona Szabó de Carvalho, fundadora do Instituto Igarapé.
Mehta e sua ONG buscam há anos incluir o ecocídio como um crime internacional na Corte Penal Internacional (CPI). Apesar de reconhecer a falta de relevância jurídica e criminal da palavra, Mehta destacou que o conceito de ecocídio está ganhando reconhecimento global, frequentemente associado a danos em massa e destruição da natureza.
Durante sua fala, a ativista admitiu que, nos direitos humanos, assassinatos em massa e torturas são considerados crimes sérios, mas ressaltou a falta de equivalente no contexto ambiental. Mehta observou que o conceito de ecocídio está se tornando mais conhecido globalmente e geralmente está ligado a danos extensivos e destruição da natureza.
Ela apontou para o hábito de não levar a sério os danos ambientais em comparação com os danos causados a pessoas ou propriedades. Ao contrário do genocídio, que envolve uma vontade específica de destruir um grupo étnico, social ou religioso, Mehta argumentou que no ecocídio as pessoas estão, na maioria das vezes, tentando lucrar, cultivar terras e pescar, sem considerar os danos colaterais ao meio ambiente.
da redação com Revista Oeste