
Segundo ele, está ocorrendo em Sete Lagoas a migração de usuários da maconha e cocaína para o crack. Se nos dois primeiros meses de 2008 foram apreendidos 347 papelotes de coca, este ano foram apenas 153. Já a maconha, o aumento de apreensões com usuários foi 35% a mais se comparado com janeiro e fevereiro do ano passado. “O que mais preocupa, é que cada vez mais o tráfico está aliciando crianças. Estão sendo desencadeadas diversas operações de combate às drogas em Sete Lagoas e normalmente sempre há algum menor envolvido. É preciso uma maior parceria entre os órgãos de segurança pública e a família”, alertou o tenente Júnior.
A preocupação do comandante faz sentido. Só este ano, 57 menores foram apreendidos por envolvimento com o tráfico de drogas. Em 2008, nos meses de janeiro e fevereiro, o número de crianças detidas foi de 39. “O aumento de apreensão de menores relacionado ao tráfico de drogas foi de 68%. Acredito que as famílias estão cada vez menos preocupadas com seus filhos. É preciso acompanhar de perto a vida do adolescente. É necessário denunciar pontos e locais utilizados pelo tráfico. Vale lembrar que a imagem é totalmente preservada. Só assim vamos conseguir vencer esta guerra”, completa o comandante.
Para exemplificar um caso envolvendo menor, uma ocorrência registrada no Bairro Bouganville – na periferia da cidade – chamou a atenção das autoridades. Um adolescente de 13 anos em atitude suspeita, foi abordado por viatura policial que fazia ronda de rotina na região. Com o jovem foi encontrado oito tabletes de maconha. Para surpresa dos policiais, ele disse que vendia a droga a pedido de uma mulher de 61 anos. Na casa da suspeita, lá localizaram uma bolsa com duas pedras grandes de crack, 14 pedras menores da mesma droga e 12 petecas de cocaína, além de três aparelhos e R$ 42,00 em dinheiro. A idosa, que não teve seu nome revelado, foi detida e o menor apreendido juntamente com a droga.
Na maioria dos casos, os homicídios registrados em Sete Lagoas estão relacionados ao comércio ilícito de entorpecentes. Nos dois primeiros meses deste ano foram 12 homicídios consumados e 19 tentados. Já no mesmo período de 2008, foram 8 assassinatos e 42 frustrados. “O importante é diminuir o índice de homicídios tentados, daí a importância do trabalho preventivo e outros fatores relacionados à resistência física da vítima. O homicídio se consuma quando a polícia não consegue antever”, conta Aloysio Junior.
Celso Martinelli