Outros políticos mineiros podem ser alvo da Operação Capitu, da Polícia e da Receita Federal deflagrada na sexta-feira (9). Enquanto isso, deve permanecer na cadeia nos próximos dias o vice-governador Antônio Andrade (MDB), que ficará preso em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a princípio, por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco, e que pode ter a prisão temporária transformada em preventiva, ou seja, sem prazo determinado. O emedebista foi preso em Vazante.
Dentre os advogados mineiros presos está o ex-diretor da Cemig, Mateus de Moura Lima Gomes, indicado pelo vice-governador Antônio Andrade para ocupar o cargo e que teria jogado dinheiro na privada ao ser surpreendido pela Polícia Federal. Também foram presos os advogados Mauro Luiz de Moura Araújo, Ildeu da Cunha Pereira e Cláudio Donato.
O vice-governador, que foi ministro da Agricultura entre março de 2013 e março de 2014, é acusado de participar de um esquema para facilitar a vida de grandes frigoríficos, estabelecendo normas que não podiam ser cumpridas por pequenos e médios empresários da cadeia produtiva, diminuindo assim a concorrência. Em troca era cobrada propina que era distribuída, segundo o delegado Mário Veloso, da Polícia Federal, por um parlamentar para a bancada estadual emedebista.
O dinheiro chegava as mãos dos deputados via doação de campanha feita por supermercados que compravam mercadoria dos frigoríficos, mas destinava o dinheiro aos políticos e também via escritórios de advocacia que eram contratados, mas repassam recursos recebidos aos políticos por um serviço não prestado, num grande esquema de lavagem de dinheiro. O deputado estadual João Magalhães, emedebista eleito, que era federal no mandato que terminou em 2014, foi um dos alvos das buscas, mas não foi preso. Ele teve o mandato suspenso e está proibido de ter contato com outros investigados.
Os mandatos foram cumpridos simultaneamente em gabinetes, sede do partido, sede administrativa dos supermercados envolvidos, residências e escritórios dos advogados. Apesar de a reportagem da ter tido a informação de que a Polícia Federal esteve no endereço da nova sede do MDB, na Avenida Raja Gabaglia, a gestão atual do partido afirma que nenhuma autoridade policial vistoriou a sede que está em novo endereço há um mês. Segundo a atual gestão, que é da comissão provisória comandada pelo deputado federal Saraiva Felipe, Antônio Andrade nunca usou as dependências do partido desde que saiu da presidência.
Da Redação com IT