O padre Amaury Thomazzi, que celebrava a missa na hora em que o atirador Euler Grandolpho entrou na Catedral de Campinas, usou uma rede social para gravar um vídeo e divulgar o que aconteceu. “Para os amigos que estão pedindo algumas informações, estou mandando esta mensagem apenas para dizer que está tudo bem aqui na catedral. Eu rezei a missa do meio dia e quinze, e, no final da missa, uma pessoa entrou atirando e fez algumas vítimas. Ninguém pôde fazer nada, ajudar de forma nenhuma”, relatou, com a voz embargada.
O religioso pediu orações em favor de todos, a começar pelo atirador, que cometeu suicídio após matar quatro fiéis e ferir outros quatro. “Peço apenas que rezem pela pessoa. Ele se matou depois da situação, ele atirou nas pessoas; foram mais de 20 tiros aqui dentro, e depois ele se matou. Então, rezemos por ele, e por aqueles que foram feridos. Tem pessoas que são vítimas fatais. Peçamos a Nossa Senhora Imaculada que interceda por esta catedral, por estas pessoas, por estas famílias”, enumera o padre.
Thomazzi afirmou ainda não saber como ficará a programação da igreja nos próximos dias – o lugar está interditado para perícias. Fotos não oficiais mostram o atirador ferido com um tiro na cabeça, e o corpo apoiado numa pilastra de madeira.
O caso
O delegado do 1º Distrito Policial de Campinas, Hamilton Caviola Filho, estima que o atirador efetuou pelo menos 20 disparos. “Ele sentou a uns dez metros para a frente da porta. Ele não entrou atirando, primeiro ele senta em um banco”, afirma.
De acordo com o delegado, logo após a entrada do atirador, três pessoas sentaram no banco atrás dele e foram as primeiras a serem atingidas. Entre elas, uma morreu.
“Ele usou uma arma, mas estava com duas. Motivação a gente só vai saber quando identificar, para saber o histórico dele. Eu estou me reportando às imagens. Ele [atirador] parou, pensou e executou o plano que tinha na cabeça […] Ele se matou, mas o policial deve ter alvejado ele porque estava com um tiro na costela, depois desse tiro ele caiu e se matou”, diz o delegado.
Sidnei Vitor Monteiro, de 39 anos, José Eudes Gonzaga Ferreira, de 68, Cristofer Gonçalves dos Santos, de 38, e Elpídio Alves Coutinho, de 67, morreram dentro da igreja. Outras quatro pessoas foram feridas, duas delas receberam alta. Um dos mortos no tiroteio era mineiro, natural da cidade de Ibiracatu, no Norte de Minas. Eupídio, de 67 anos, é velado na manhã desta quarta-feira (12) na Paróquia São Domingos, na cidade paulista de Monte Mor.
A vendedora Daniele Coutinho contou que estava em um dos bancos da catedral, conversando com outra pessoal, quando viu Grandolpho entrando na igreja exibindo a arma. Após a pressão arterial dela subir, ela foi socorrida até o Hospital Mário Gatti. “Ele pegou a arma e falou: ‘todo mundo para trás’. Na hora, eu esbocei uma reação. E aí ele pegou e veio na minha direção. Eu levantei e uma moça disse: ‘fica sentada’. Eu disse: ‘não’. Nessa hora, eu pensei nos meus três filhos na cabeça. Aí, ele falou assim: ‘se você não for para trás eu vou dar um tiro na sua cabeça’. Nisso, tinha um senhorzinho do meu lado que tirou atenção dele. E, foi na hora em que ele deu o tiro no senhorzinho. Aí, eu saí correndo para fora e o guarda me puxou.”
Quem é o atirador?
Euler Fernando Grandolpho tinha 49 anos e morava em um condomínio de Valinhos (SP), com o pai – a mãe já havia morrido. A carteira de habilitação dele foi encontrada em uma mochila dentro da igreja. Segundo o delegado José Henrique Ventura, titular do Deinter-2, a Polícia Civil apurou com familiares que o atirador chegou a fazer tratamento contra a depressão e tinha um “perfil estranho”.
De acordo com o apurado pelo investigadores, Euler era bastante recluso, costumava ficar dentro do quarto, saia muito pouco de casa e chegou a fazer tratamento psicológico. “Ele tinha um perfil muito estranho, era muito fechado. De 2015 para cá não trabalhou mais”, disse Ventura.
O atirador não tinha antecedentes criminais, mas já havia registrado dois boletins de ocorrência como vítima: um em um caso de injúria, e outro de perseguição.
O delegado do 1º Distrito Policial, Hamilton Caviola Filho, viu imagens do circuito de segurança dentro da igreja no momento da ação. Ele estima pelo menos 20 disparos.
“Ele sentou a uns dez metros para a frente da porta. Ele não entrou atirando, primeiro ele senta em um banco”, afirma. De acordo com o delegado, logo após a entrada do atirador, três pessoas sentaram no banco atrás dele e foram as primeiras a serem atingidas. Entre elas, uma morreu.
“Ele usou uma arma, mas estava com duas. Motivação a gente só vai saber quando identificar, para saber o histórico dele. Eu estou me reportando às imagens. Ele [atirador] parou, pensou e executou o plano que tinha na cabeça […] Ele se matou, mas o policial deve ter alvejado ele porque estava com um tiro na costela, depois desse tiro ele caiu e se matou”, diz o delegado.
De acordo com a polícia, os números de identificação das armas encontradas estavam raspados.
Investigações preliminares apontam que Grandolpho não conhecia as vítimas. Uma câmera do circuito interno de segurança da Catedral Metropolitana de Campinas (SP) mostra o momento em que o atirador abre fogo contra várias pessoas e em seguida se mata. As imagens também mostram a ação dos policiais após o atentado, cuja a motivação ainda é desconhecida. As cenas são fortes:
http://www.youtube.com/watch?v=m7lcj6ctyBI
Com EBC, O Tempo, G1 e E.M.