O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu denúncia contra os envolvidos no tiroteio ocorrido no dia 19 de outubro no estacionamento de um hospital em Juiz de Fora, na Zona da Mata. De acordo com o órgão, são duas denúncias com, respectivamente, sete e 12 denunciados.
Na primeira, foram denunciados três policiais civis de Minas Gerais pelos crimes de latrocínio, participação em organização criminosa com emprego de arma de fogo, estelionato, lavagem de dinheiro e fraude processual. Quatro supostos empresários foram denunciados pelos mesmos crimes, com exceção de fraude processual.
Na outra ação penal, o MPMG denuncia dois delegados da Polícia Civil de São Paulo, e os sete policiais civis paulistas por lavagem de dinheiro e posse ilegal de arma de fogo de uso permitido. Também foram denunciados por lavagem de dinheiro três empresários paulistas
Entenda o caso
Cena do crime: empresários e policiais civis de São Paulo e de Minas Gerais se envolveram em um tiroteio em Juiz de Fora na sexta-feira. O grupo teria se encontrado no estacionamento de um hospital para uma negociação.
Negociação: segundo as investigações, o empresário paulista Flávio de Souza Guimarães foi até Juiz de Fora para se encontrar com o também empresário Antonio Vilela. Investigações apontaram que Guimarães teria negociado a troca de dólares por reais com Vilela. Já o empresário paulista disse que se tratava de um empréstimo.
Escolta: para fazer sua escolta, Guimarães teria contratado a empresa de segurança de Jerônimo da Silva Leal Júnior, que chamou nove policiais civis paulistas para esse trabalho. Vilela também estava acompanhado de policiais civis mineiros. Não está claro se os policiais mineiros foram contratados por Vilela.
Dois deles disseram em depoimento que estavam de folga e foram ao local do crime atendendo a um pedido de ajuda do policial que terminou morto na ação.
Dinheiro falso: a troca de tiros teria começado quando os paulistas descobriram que o dinheiro oferecido por Vilela seria falso. Segundo as investigações, Leal Júnior teria atirado contra o policial mineiro Rodrigo Francisco, que morreu. Vilela e Leal Júnior também foram atingidos e ficaram feridos. Vilela teve alta, mas Leal Júnior segue internado em estado grave.
Prisões: quatro policiais paulistas foram presos preventivamente em Belo Horizonte – os outros cinco contratados haviam deixado o estacionamento antes do tiroteio. Todos alegam que não foram autores do disparo que matou o policial Rodrigo Francisco. Os policiais civis mineiros não foram detidos. Vilela está preso no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp).
Com O Tempo