Assaltantes fizeram um arrastão por volta das 5h30 da manhã de domingo (6), no km 525, da BR-040, no bairro São Sebastião, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, e um dos assaltantes foi morto a tiro quando tentava tomar a moto de um sargento que estava a caminho do 18º Batalhão da Polícia Militar (PM), onde trabalha.
De acordo com a PM, o sargento estava de moto e à paisana, quando percebeu que havia uma interdição de trânsito na rodovia, que impedia o fluxo de veículos.
O militar, ainda de acordo com a corporação, percebeu um veículo Monza parado com o pisca alerta ligado, entendendo que poderia ser acidente de trânsito. “Havia movimentação de várias pessoas no local e o militar disse terpercebido que se tratava de uma arrastão em plena rodovia”, consta no boletim de ocorrência.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, o sargento tentou voltar na contramão para procurar um local seguro, pois a movimentação era muito grande, e que passados alguns segundos os veículos começaram a seguir o trajeto e o trânsito começou a fluir sem retenção.
O militar, de acordo com a corporação, também continuou seu trajeto, entrando pela alça de acesso da Avenida das Américas, quando viu um Corsa parado no meio da pista.
Ao passar ao lado do veículo, com a velocidade da moto reduzida, o sargento relata que foi surpreendido pelo suspeito, que saiu do meio do mato com uma arma longa, apontando-a para ele e exigindo que entregasse a moto.
O sargento sustenta na ocorrência que desceu da moto e o ladrão segurou o seu veículo com a mão esquerda e continuou com a arma na mão direita. O suspeito, segundo o relatório, mandou que o PM se afastasse e que, nesse momento, o sargento deu cinco passos para trás e o ladrão mandou que ele voltasse. O militar, então, correu e se protegeu atrás do Corsa, e sacou a pistola calibre 380 dele, identificando-se como policial e pedindo ao suspeito que soltasse a arma. Ainda de acordo com o relatório, o sargento alegou que agiu cumprindo o dever legal e que legitimou a ação dele.
Disparo
Mesmo ordenado que o suspeito parasse e que soltasse a arma, o ladrão, segundo a PM, continuou indo em direção do militar, apontando a arma. O militar informou que não restou outra alternativa e disparou um tiro no autor da tentativa de roubo. O homem caiu, com a arma ao lado. O militar diz que se aproximou do desconhecido e afastou a arma dele.
O sargento disse ter percebido que suspeito ainda movimentava a cabeça e acionou a unidade onde trabalha para mandar socorro. O suspeito foi levado para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do bairro Ressaca, com um tiro próximo à clavícula esquerda, mas não resistiu e morreu.
Perícia da Polícia Civil esteve no local da ocorrência e apreendeu três smartphones, sendo um do suspeito e dois de pessoas que ele havia assaltado antes. Outras vítimas de roubo surgiram depois.
Segundo a PM, o Corsa usado pelo criminoso havia sido roubado e que a proprietária reconheceu o suspeito, por meio de fotos, como o autor do crime.
Cápsulas de pistola 380, usadas pelo PM, foram recolhidas pela perícia no local. A arma do suspeito, uma espingarda de fabricação artesanal, também foi apreendida. O homem não tinha nenhum documento, o que impediu a sua identificação.
O criminoso
O suspeito morto, de cor negra, 23 anos e 1,78 metro de altura, não foi identificado. Ele tinha os números 1,9,9 e 8 tatuados nos dedos da mão direita e também a imagem de uma lua na mão direita. No braço direito, tatuagem de duas asas e uma auréola. No antebraço direito, ainda tinha a inscrição “Pai Jorge, saudade eterna”, além de uma imagem de um mago no antebraço esquerdo e de um sol com as letras L e S na mão esquerda. O corpo deu entrada no Instituto Médico Legal (IML) como “não identificado”.
Investigação
De acordo com a PM, a Corregedoria de Policia foi acionada, mas não compareceu no local da ocorrência. A arma do militar ficou acautelada no 18º Batalhão, assim como um carregador 380, e ficarão à disposição da Polícia Civil, que vai instaurar inquérito para apurar a morte. A ocorrência foi registrada no plantão da Polícia Civil de Contagem.
Com O Tempo