Depois da polêmica envolvendo a atuação de um capitão da Polícia Militar (PM) durante o bloco Tchanzinho Zona Norte, a corporação esclarece que não há qualquer proibição de manifestações políticas ou ideológicas, seja por foliões ou blocos, no Carnaval de Belo Horizonte.
“Façam suas manifestações, se posicionem ideologicamente, politicamente, mas façam com respeito aos demais para que em uma situação de grande tumulto vidas não sejam ceifadas por discordâncias políticas ou ideológicas”, disse a capitão Layla Brunella em entrevista exclusiva à Itatiaia nesta segunda-feira.
Após repercussão nacional, as defensorias públicas da União, de Minas Gerais, o Ministério Público Federal e Estadual recomendaram (em documento conjunto) à PM que não reprima qualquer manifestação político-partidária.
O documento, que a Itatiaia teve acesso, recomenda que a polícia cumpra o dever legal de manter a segurança pública sem condicioná-la a quaisquer situações incluídas as manifestações de cunho político. O texto destaca ainda que os policiais “se abstenham de deter qualquer indivíduo e direcioná-lo sobre o conteúdo de suas falas – principalmente os líderes/responsáveis pelos blocos carnavalescos em todo o Estado de Minas Gerais – quando políticas, sob pena de praticar censura institucional, ilegal, inconstitucional e, ainda, punida como crime de abuso de autoridade”.
“Não houve qualquer proibição da Polícia Militar quanto a manifestações políticas e ideológicas, seja por foliões ou blocos. O que houve foi uma intervenção pontual em uma situação que havia início de tumulto, e uma orientação aos representantes de um determinado bloco para que as manifestações acontecessem de maneira pacífica, respeitando-se as divergentes opiniões dos foliões que estava presentes”, destacou.
“A ideia, a tentativa da polícia e o objetivo, que tem sido concretizado nesses últimos três dias, é de uma prevenção, é de um Carnaval de tranquilidade e de paz”, concluiu.
Com Itatiaia