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Adolescente denuncia motorista de escolar por abusá-la a caminho das aulas

O trajeto de casa para a escola tornou-se um pesadelo para uma garota de 13 anos ao longo de dois meses. A menina, estudante de uma escola municipal a quilômetros de onde mora, denunciou à diretora da instituição ter sido assediada pelo motorista do transporte rural, responsável por levá-la às aulas. Além disso, a adolescente ainda relatou ter sofrido uma tentativa de estupro, tendo conseguido escapar apenas por correr mais rápido que o suspeito e por atravessar uma cerca de arame farpado para se esconder. O crime aconteceu em Uberaba, no Triângulo Mineiro.

A vítima é aluna de uma escola municipal na zona rural de Uberaba, no Triângulo Mineiro — Foto: Reprodução/Google StreetViewA vítima é aluna de uma escola municipal na zona rural de Uberaba, no Triângulo Mineiro — Foto: Reprodução/Google StreetView

O motorista acabou detido nessa terça-feira (3), mas em seguida foi liberado por ausência de flagrante. A adolescente, muito abalada durante o registro policial, precisou ser atendida em um hospital, onde passou por consultas com assistente social, psicóloga, pediatra e ginecologista.

Os crimes

Ao chegar na escola na manhã dessa terça-feira (3), a menina decidiu contar à diretora e à vice-diretora da unidade sobre os abusos sofridos ao longo dos dois últimos meses – quando o suspeito, que tem 31 anos, começou a trabalhar como motorista da linha de transporte escolar rural. A elas, ao pai e à polícia, a adolescente relatou que os primeiros assédios começaram uma semana após o homem assumir o posto como motorista. De início, ele teria exigido que ela se sentasse no banco da frente do veículo.

Em inúmeras ocasiões, o suspeito encostou as mãos nos seios e nas pernas da adolescente, como ela contou, e chegou até a simular movimentos de masturbação. Como consta no registro policial, a menina chorou durante todo seu depoimento e confessou sentir medo e vergonha – aos militares, ela declarou que "se sente suja o tempo todo" e, por isso, se lava com maior frequência desde os abusos. Uma criança, também passageira do transporte escolar, chegou a presenciar uma das cenas de abuso.

Estupro

Uma cerca de arame farpado ajudou a adolescente a escapar de uma tentativa de estupro supostamente perpetrada pelo motorista. Segundo a menina, um dia, no trajeto de volta para casa, o suspeito esperou que todos os estudantes desembarcassem e, ao chegar no ponto onde ela desce, tentou agarrá-la. No entanto, ela conseguiu correr e atravessar a cerca de arame da porteira da fazenda onde vive, como descrito no boletim.

Pai estranhou comportamento

Chamado pela diretora para comparecer à escola, o pai da adolescente só descobriu os abusos sofridos pela filha nessa terça-feira (3). No entanto, ele contou ter notado mudanças no comportamento da filha, uma vez que nos últimos dias ela permanecia o tempo todo deitada, em silêncio.

Investigação

O motorista do transporte escolar negou todas as acusações. Contudo, antes mesmo de descobrir quem teria feito a denúncia, chegou a presumir que a autora seria a adolescente. Liberado após ser ouvido, dada a ausência de um flagrante, o homem tornou-se alvo de um inquérito para investigar se ele estuprou ou não a garota. As investigações estão em andamento. A reportagem de O TEMPO procurou a Secretaria de Educação da Prefeitura de Uberaba para saber se o suspeito está afastado de suas atividades, mas ainda não obteve retorno.

Saiba o que diz a prefeitura da cidade:

A Secretaria de Educação, assim que soube do ocorrido tomou as providências cabíveis. O Departamento de Transporte da Semed acompanhou a ação da Polícia Militar e o motorista  foi suspenso das funções imediatamente. A estudante foi encaminhada ao hospital para os exames de praxe. A Semed irá apurar todas as informações para esclarecimentos à comunidade. Uma equipe da Assistência ao Educando acompanhará a família no que for necessário.  

Como o serviço de transporte escolar não pode parar, a Secretaria de Educação contratou motoristas de vans que já estavam legalizados para o serviço e que tivessem um segundo veículo para atender à demanda. Considerando que dois processos licitatórios restaram frustrados, a Secretaria de Educação em cumprimento à legislação, priorizou os melhores interesses dos alunos, promovendo o transporte dos mesmos, garantindo a frequência e o acesso às aulas, cumprindo os 200 dias letivos.

Com O Tempo



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