Na manhã desta terça-feira (28), a Polícia Civil de Sete Lagoas cumpriu mandado de busca e apreensão em gabinete da Câmara Municipal. A operação foi deflagrada no gabinete do vereador Marcelo Cooperseltta (MDB).

Foto: Reprodução/Redes sociais

Segundo a equipe de comunicação da casa, ao menos cinco agentes da instituição estavam no local desde as 8h. O gabinete do emedebista ficou fechado durante algumas horas devido às buscas, mas já foi esvaziado. Foram apreendidos documentos, equipamentos eletrônicos e mídias de armazenamento na casa do parlamentar e em outros cinco endereços ligados às investigações de crimes cometidos contra a Admininstração Pública.

De acordo com informações, o vereador citado estaria em viagem de férias, e não foi encontrado. O Ministério Público e a Polícia Civil negaram que a operação tenha relação com o esquema dos empréstimos consignados da Câmara Municipal de Sete Lagoas.

A operação realizada nesta manhã foi chefiada com o apoio da delegada do setor de inteligência da Delegacia Regional da cidade, Daniela dos Santos Silva, e teve comando do delegado Domiciano Monteiro de Castro Neto, da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção de Minas Gerais.

A Câmara informa que vai publicizar uma nota esclarecendo o ocorrido o quanto antes.

Entrevista

Em entrevista para o site Portal Sete, o Delegado Dr. Gabriel Fonseca afirmou que o legislador investigado é realmente o emedebista Marcelo Cooperseltta, mas não confirmou o envolvimento em ‘Rachadinha’. “Eu vou ser bem objetivo: A gente ainda tá em fase de investigação, isso é uma primeira etapa ainda, é bem provável que terão outros desdobramentos, por isso eu não posso passar tantos detalhes do que é a investigação. Os crimes que estão sendo investigados, as condutas, eu posso dizer que é peculato, tentativa de constrangimento de testemunhas e outros crimes contra a administração pública. Agora, especificar qual é conduta que está sendo apurada, quais são os outros desdobramentos, quais são os fatos investigados, isso eu não posso dar por a gente ainda está em fase de investigação”, esclareceu o delegado.

Questionado se apenas o vereador Marcelo Cooperseltta é investigado nesta operação, o delegado afirma que o foco, a princípio, é o legislador. “Inicialmente a investigação foca em condutas suspeitas praticadas por ele, mas nada impede que outras pessoas também estejam sendo investigadas ou que venham ser investigadas no futuro”, relatou.

Dr. Gabriel afirmou ainda que não houve nenhum mandado de prisão, nem condução coercitiva, como teria sido veiculado nas redes sociais.

Tendo em vista que o vereador não se encontra na cidade, o delegado conta que a investigação seguirá avaliando o material apreendido. “O próximo passo é analisar os materiais, os documentos que foram apreendidos, e a partir disso a gente vai traçar o rumo da investigação” esclareceu.

Segundo o delegado, essa investigação teve início do meio para o fim do ano passado, ganhando maior intensidade no final de 2019, e a princípio a Polícia Civil tem o prazo legal de 30 dias para encerrar a investigação, podendo ser prorrogado devido ao volume de produtos apreendidos.

O vereador que está em viagem de férias com a família divulgou um vídeo e áudio sobre o fato nas redes sociais. Confira:

“Ei gente tudo bem, estou em viagem com minha família. A gente sabe que ano eleitoral é assim. Fizeram matéria com título alusivo à liderança do prefeito Duílio de Castro. Foram 12 pessoas que depuseram, nada foi falado contra minha pessoa na Polícia Civil.

Esse ano vai ser pesado, existe um grupo forte contra a gente, contra o prefeito. Isso foi denúncia sobre rachadinha, não vão achar nada. Mas mesmo assim foram até minha residência, ao meu gabinete. Levaram muita coisa, inclusive uma arma de fogo, mas tenho porte, é porque sempre vou ao sítio. Podem ter certeza, quando chegar em Sete Lagoas, vou me explicar, principalmente a quem gosta de mim”, finaliza Cooperseltta.

Da Redação com O Tempo e Portal Sete