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Polícia Civil descarta sabotagem em contaminação de cervejas da Backer

A sabotagem não é mais uma linha investigada pela Polícia Civil na apuração do caso Backer. A hipótese deixou de ser considerada como motivo para a contaminação por dietilenoglicol nas cervejas da marca. A informação foi confirmada pelo delegado da Polícia Civil Flávio Grossi, em coletiva de imprensa, na tarde desta quarta-feira (08).

Foto: Instagram @cervejariabackerFoto: Instagram @cervejariabacker

No dia em que completa três meses de apuração, a PC informou que os trabalhos de perícia já estão sendo finalizados e a investigação continua no sentido de apurar se houve negligência na atuação da empresa. "Nesse caso, não se fala em responsabilidade penal da pessoa jurídica, mas todos os envolvidos na produção cervejeira estão passíveis de serem investigados e responsabilizados", explicou Grossi.

Até o momento, 42 pessoas são consideradas vítimas pela Polícia Civil. Segundo detalhou o delegado, o exame para detectar a presença do dietilenoglicol nessas vítimas é apenas um dos elementos, mas não é considerado primordial, já que na maioria das vezes o paciente precisa de hemodiálise, o que torna difícil a identificação da substância no sangue.

Nesse sentido, a PC descartou também a exumação de corpos de vítimas que morreram sem ser examinadas e o laudo pericial será construído a partir da análise de documentos médicos que apontem os sintomas da intoxicação.

Sem surpresas

Para as vítimas e advogados, a constatação de que não houve sabotagem era certa. "A Backer tem tido uma postura cruel desde o início, sem auxílio nenhum e jogando inverdades na mídia, e isso nos leva a crer que eles tinham ciência, sim, de que esse tipo de contaminação acontecia", declarou a servidora pública Carolina Silva Melo, 31, filha de uma das vítimas da intoxicação.

O pai dela, Humberto Fernandes Melo, de 64 anos, apresentou os sintomas no dia 7 de janeiro. Ele foi internado e passou 27 dias no CTI, 12 dias internado, teve alta e chegou a ser internado de novo por conta de infecções. Agora, com a pandemia da Covid-19, a vítima enfrenta outro desafio: o tratamento necessário para devolver os movimentos da face foi interrompido há três semanas.

André Couto, advogado de algumas das vítimas, ainda completou afirmando que a hipótese de sabotagem já era considerada pouco provável entre as vítimas devido à janela de contaminação considerada pela polícia, que vai de fevereiro de 2018 e janeiro de 2020. "Se fosse sabotagem, seria um causo pontual, de um lote específico, em um período específico, não contemplando esse tempo todo", argumenta.

Em nota, a Backer afirma esperar " que as autoridades concluam as investigações o quanto antes e que forneçam respostas definitivas sobre o que ocorreu". A cervejaria ainda afirmou que a paralisação das atividades na empresa, que chega a 90 dias, causa apreensão em funcionários, colaboradores e clientes. "Exceto a confirmação, pelo delegado do caso, de que a Backer jamais adquiriu dietilenoglicol, nenhuma informação oficial sobre o resultado das perícias técnicas foi comunicado à empresa até este momento", diz o comunicado.

Com O Tempo



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