O vereador de Belo Horizonte Ronaldo Batista (PSC), preso nessa quinta-feira (15) suspeito de mandar matar o sindicalista e vereador de Funilândia Hamilton Dias Moura (MDB), teria pago R$ 40 mil pelo crime. A conclusão é da Polícia Civil de Minas Gerais, que deu detalhes sobre o caso na manhã desta sexta-feira (16). Moura foi morto dentro do próprio carro com 12 tiros na cabeça e no pescoço em 23 de julho deste ano, no bairro Jardinópolis, próximo à estação de metrô Vila Oeste.
Segundo o delegado Domenico Rocha, da Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP), o assassinato foi motivado por vingança e disputas sindicais. Hamilton é descrito como personalidade respeitada entre sindicalistas do setor de transportes. Ronaldo, por sua vez, é presidente do Sindicato dos Motoristas e Empregados em Empresas de Transporte de Cargas, Logística em Transporte e Diferenciados de Belo Horizonte e Região (SIMECLODIF), entidade da qual a vítima já fez parte. O vereador de BH também preside a Federação dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Minas Gerais – Fettrominas.
Hamilton e Batista chegaram a ser aliados, mas romperam relações em 2010. “A vítima então criou um sindicato à parte, que enfraqueceu SIMECLODIF. A arrecadação da instituição foi, inclusive, muito impactada. Hamilton também patrocinava ações judiciais contra o parlamentar, que resultaram em bloqueios de bens de Ronaldo no valor aproximado de R$ 6 milhões“, esclarece o delegado Domenico Rocha.
De acordo com as investigações, os processos eram movidos por sindicalistas, cujos advogados eram pagos por Hamilton. As ações reivindicavam ressarcimentos por supostos desvios de verba e má gestão de recursos do SIMECLODIF. “Corre ainda no Ministério Público do Trabalho (MPT) uma outra ação contra o vereador (Ronaldo), que também questiona a gestão de Ronaldo à frente do sindicato. O dossiê que embasa o processo foi entregue em mãos por Hamilton de Moura”, conta Domenico.
Com Estado de Minas