Uma briga generalizada entre torcedores integrantes de Galoucura e Máfia Azul deixou dois homens feridos, na madrugada desta quinta-feira (12), em frente a um espaço de festas na avenida Babita Camargos, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Um deles foi socorrido para o Hospital Municipal de Contagem (HMC), pelo Corpo de Bombeiros. O rapaz de 28 anos foi encontrado inconsciente e com um ferimento na cabeça no interior de um carro destruído na briga. O outro, um homem de 36 anos, foi achado em um ponto próximo, com ferimentos na nuca. A Polícia Militar (PM) o socorreu para a UPA JK, também em Contagem.
Informações obtidas pela PM indicam que minutos antes da briga acontecia uma festa particular no lugar, organizada pela Galoucura. Entretanto, torcedores da Máfia Azul teriam aparecido por lá e esperado na saída da comemoração, instante em que a confusão começou. De acordo com a polícia, cerca de 200 suspeitos se agrediam trocando socos e pontapés, e alguns deles se armaram até com pedaços de madeira e blocos de concreto. Imagens registradas levantam a hipótese de que alguns dos suspeitos estivessem portando armas de fogo – um suposto envolvido grita em um dos vídeos para que não sejam disparados tiros. Ninguém foi detido.
O histórico da ocorrência detalha que os militares haviam acabado de sair de uma das delegacias de plantão da região quando notaram uma confusão generalizada na porta do espaço de festas – no número 199 da avenida Babita Camargos, no bairro Cidade Industrial. Logo que chegaram, eles perceberam que tratava-se de uma briga entre torcedores das duas principais organizadas de Atlético e Cruzeiro.
Após o grupo se dispersar, militares encontraram o primeiro ferido no interior de um carro, um Ford Ka, completamente destruído – foram apontados estragos no teto e nas portas. O homem, 28, não respondia aos policias e havia um ferimento na região de sua cabeça. O Corpo de Bombeiros o levou até o Hospital Municipal de Contagem, e não há outras informações sobre o estado de saúde dele.
A outra vítima, um homem de 36 anos, foi achada logo do lado do carro. Ele estava caído com ferimentos na nuca. A própria PM o levou até a UPA JK, onde foi deixado sob cuidados médicos. A ocorrência seguiu para a 4ª Delegacia de Plantão da Polícia Civil, em Contagem.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que a perícia compareceu ao local e fez os primeiros levantamentos. O caso segue em investigação.
“Estamos correndo de confusão”, diz integrante da Galoucura
Nesta manhã, a reportagem de O TEMPO procurou representantes das duas torcidas organizadas. Um representante da Galoucura, que pediu para não ser identifcado, contou que a festa começou por volta das 20h e foi para um grupo de aproximadamente cem pessoas.
“Foi uma festa só para a liderança. A galera estava indo embora por volta de 00h10 quando os caras (da Máfia Azul) apareceram e começaram essa confusão. Chegaram com foguetes e paus, estacionaram os carros e se aproximaram a pé. Aí começou a confusão generalizada”, afirmou.
Segundo o torcedor, nenhum atleticano que estava na festa ficou ferido. Para ele, “toda a ação tem uma reação, e os torcedores não ficariam lá para apanhar”.
“A gente não esperava esse ataque. Foi um evento reservado, não divuulgamos nada. Levamos bandeiras para o espaço, eles devem ter passado lá e viram. Acho que é importante ressaltar que a Galoucura vem de uma pegada em que estamos visando apoiar o time. Esse é o papel do torcedor. E o lado de lá (a torcida rival) quer cada vez mais tumultuar. Estamos correndo de confusão”, finalizou.
A reportagem esteve na sede da Máfia Azul, mas não foi atendida por nenhum representante da torcida organizada. Por telefone, um dos integrantes afirmou que “não teria como comentar uma vez que a confusão foi em Contagem”. Além disso, segundo o ele,a torcida seria divida em regiões e não saberia informar de quem foi a autoria. O espaço permanece aberto caso algum integrante queira comentar o caso.
Com O Tempo