A Polícia Civil e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgaram, na manhã desta segunda-feira (23), os detalhes da prisão de um dos criminosos mais procurados do Brasil. Diego Capistrano, quarto na lista de foragidos do Ministério da Justiça e condenado a mais de 120 anos pelo roubo de R$ 51,2 milhões a uma transportadora de valores no estado de São Paulo há quatro anos, usou nome falso ao ser preso em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
“Após a lavratura do auto de prisão em flagrante e com as suspeitas contra a verdadeira identidade, nós procuramos identificá-lo civilmente, colhemos as suas digitais, transmitimos a São Paulo, o que nos permitiu a verdadeira identificação dele e o cumprimento do mandado de prisão pendente em Ribeirão Preto (SP)”, disse o delegado César Matoso.
Capistrano, conhecido como “O Jovem”, foi detido em uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na última sexta-feira (20), quando dirigia em alta velocidade pela Fernão Dias. Mas ele se apresentou como Elias Alves Ribeiro. Com o criminoso, foram encontrados um fuzil AR-15, que é uma arma de guerra, munição calibre 9mm, mais de R$ 14 mil e dois celulares.
Os policiais começaram a desconfiar da identidade de Capistrano porque a idade que ele disse ter não batia com a data que estava na CNH apresentada aos inspetores. Além disso, ele tentou fugir.
“No momento em que ele estava sendo algemado, ele empreendeu fuga. Pulou a mureta da rodovia, chegou a sofrer um tombo. Nisso, entrou para o mato e lá novamente, conseguimos capturá-lo”, afirmou o inspetor Anderson Damasceno.
Segundo ele, “O Jovem” se manteve calado e não deu nenhuma informação sobre a arma nem sobre o dinheiro.
Segundo Matoso, a carteira de motorista usada por Capistrano é materialmente original, mas ideologicamente falsa. De acordo com o delegado, possivelmente, a pessoa usada no documento é fictícia e o criminoso pode ter contado com ajuda de agentes públicos para conseguir obter a CNH.
Capistrano é apontado como um dos mentores do mega-ataque à sede da Prosegur em Ribeirão Preto (SP), que aconteceu em julho de 2016. Com pelo menos 20 homens, a quadrilha usou armamento de guerra e explosivos para invadir o prédio. Durante o ataque, um morador de rua foi usado como escudo e morreu queimado e um policial militar rodoviário morreu baleado na fuga dos criminosos.
De acordo com Matoso, ele é também é investigado por um assalto a outra empresa de valores, ocorrido em 2017 no Paraguai.
Ele ainda é alvo de duas apurações da polícia mineira. Capistrano é suspeito de envolvimento em um roubo a uma carga de videogames, avaliada em R$ 2 milhões, em Três Corações, no Sul de Minas, e a uma carga de cigarros, avaliada em R$ 1,5 milhões, em Barão de Cocais, na Região Central do estado.
O delegado também destacou que, apesar de Capistrano não ser integrante do PCC, tem interação com a facção criminosa.
Com G1 MG