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Homem que procurou polícia para registrar desaparecimento da companheira é preso por suspeita de feminicídio

Um homem de 42 anos, que chegou a registrar o desaparecimento da mulher no fim do ano passado em Belo Horizonte, agora está preso por suspeita de assassinar a companheira. A Polícia Civil informou nesta terça-feira (23) que ele deverá ser indiciado por feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual.

Coletiva de imprensa detalhou investigações sobre feminicídio ocorrido em Belo Horizonte, no fim de 2020. — Foto: Raquel Freitas / G1Coletiva de imprensa detalhou investigações sobre feminicídio ocorrido em Belo Horizonte, no fim de 2020. — Foto: Raquel Freitas / G1

"A gente pode constatar que se trata de uma pessoa bastante dissimulada, que falseia o tempo todo", disse a delegada Maria Alice Faria.

Ana Márcia Gomes Santiago, de 41 anos, desapareceu no dia 2 de novembro, e o caso começou a ser investigado pela Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida dois dias depois.

De acordo com a delegada, na data do crime, o suspeito chegou a usar o celular da mulher para se passar por ela e evitar o estranhamento da família em relação ao sumiço.

"Nesse caso específico, e quando acontece casos similares de desaparecimento decorrentes de homicídio, há, sim, uma série de situações onde os envolvidos simulam, fazem-se passar pela pessoa desaparecida, como no fato presente. O suspeito enviou mensagens pelo telefone da esposa [a uma das filhas da vítima], se passando por ela, dizendo que sairia, que iria passear, que iria para casa de uma amiga e que não era para se preocupar com ela", afirmou.

Ao longo das investigações, as provas encontradas fizeram a polícia concluir que o caso trata-se de um feminicídio, embora o corpo da vítima siga desaparecido.

Motivação

O casal estava junto havia cerca de 9 anos e mantinha um relacionamento conturbado. Ana Márcia deixa duas filhas, sendo a caçula, de 8 anos, fruto do casamento com o suspeito.

Para a polícia, o crime foi motivado por ciúmes. Segundo a delegada, foi encontrada grande quantidade de sangue da vítima no quarto dela, na casa onde vivia com a família no bairro Serrano.

"Mesmo que ele tenha tentado dissuadir, retirar qualquer vestígio de sangue, porque a parede foi raspada, foi arrancado o reboco e o chão também foi bastante lavado", disse Maria Alice. Além disso, foi localizado sangue no carro do suspeito.

O homem foi detido em casa na semana passada e, segundo a polícia, ele não resistiu à prisão nem demonstrou surpresa.

Em depoimento, o suspeito disse que houve uma discussão e que Ana Márcia caiu e bateu a cabeça e que, em um momento de desespero, colocou o corpo no carro e depois o abandonou às margens do Rio Paraopeba.

Entretanto, para a polícia, a versão dele não se sustenta com base nas provas, que demonstram um crime violento.

Com G1

 



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