MPMG conclui que esposa de promotor foi vítima de feminicídio e o indicia
A investigação que apurou as causas da morte de Lorenza Maria Silva de Pinho, de 41 anos, apontou que ela foi morta pelo marido, o promotor de Justiça André Luís Garcia de Pinho, de 51, que vai ser indiciado por feminicídio.
Os médicos Itamar Tadeu Gonçalves Cardoso e Alexandre de Figueiredo Maciel, que assinaram o falso atestado de óbito da mulher do promotor, também vão ser indiciados por participação nos crimes por informações falsas. O documento dizia que a morte teria sido acidental.
O resultado da investigação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que levou um mês e foi revelado nesta sexta-feira (30), mostra que Lorenza foi morta por asfixia e também por intoxicação.
Ao longo da investigação, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão. Além de analisar mais de cem horas de filmagens do prédio em que o casal morava, os investigadores analisaram seis celulares e quatro computadores apreendidos durante as operações. O inquérito que apurou as causas da morte conta com mais de 14 mil páginas.
Suspeito
Com o resultado das investigações, o marido de Lorenza, o promotor de Justiça André de Pinho, teve a prisão temporária convertida para preventiva.
Desde o início da investigação, o servidor público nega o crime e afirma que a esposa morreu engasgada. O advogado Robson Silva, que representa o promotor chegou a conversar com a Itatiaia, nessa quinta-feira (30). O defensor voltou a negar o crime de feminicídio e disse que iria tomar medidas legais caso o cliente fosse indiciado pelo crime.
A reportagem ainda não localizou os advogados dos médicos que foram indiciados por participação no crime.
Entenda
Loreza morreu na Sexta-feira da Paixão (2), no apartamento onde morava com a família, no bairro Buritis, região Oeste de Belo Horizonte. A Polícia Civil foi acionada na mesma manhã para investigar um caso de feminicídio envolvendo o promotor de Justiça.
A corporação foi até o imóvel, fez os levantamentos necessários para a investigação, encaminhou o corpo da vítima para o Instituto Médico Legal (IML) de BH, fez as perícias necessárias e passou a investigação para o Ministério Público, já que se tratava de um servidor do órgão.
Em depoimento, o marido de Lorenza alegou que a companheira morreu engasgada enquanto dormia. Apesar da versão informada pelo suspeito, ele foi preso até que a investigação chegasse ao fim. Ao longo de todo inquérito, o promotor negou que a companheira tivesse sido morta por feminicídio.
Com Itatiaia