O modo de agir dos integrantes da quadrilha de roubos a bancos mortos em Varginha (MG) no domingo (31) é denominado como “domínio de cidades”. Ao todo, 26 homens suspeitos de pertencerem à quadrilha foram mortos na ação. Neste tipo de prática, os criminosos utilizam práticas para impedir que as forças de segurança possam reagir e também colocam em risco a população.
A explicação é do comandante do Batalhão de Operações Especias (Bope), tenente-coronel Rodolfo César Morotti Fernandes. Em entrevista ao g1, ele explicou que a ação dos homens mortos no Sul de Minas é diferente da chamada de “novo cangaço” e é, na verdade, a denominada “domínio de cidades”.
“Nesse contexto de atuação criminosa, o ‘novo cangaço’ subintende a ações de menor vulto. Ações de quadrilhas menores, com menor poderio bélico e em cidades menores”, disse em entrevista ao portal de notícias G1.
“O domínio de cidades seria uma evolução do novo cangaço, seria uma forma mais violenta, com mais material empregado, mais efetivo por parte dos criminosos. Ou seja, onde ele teria que dominar a cidade impedindo uma reação imediata da força de segurança, onde ele teria tempo para concretizar a ação criminosa. Basicamente a diferença entre novo cangaço e domínio de cidades seria isso: a quantidade de agentes e esse ânimo em impedir qualquer reação por parte da força de segurança local”, completou.
Para impedir que os integrantes da quadrilha pudessem agir em Varginha, o comandante do Bope revela que foram coletadas informações que levaram às forças de segurança a anteciparem a ação dos homens.
“Com base nas informações e com o efetivo de unidades especializadas, nós conseguimos frustrar essa ação com antecedência. Ou seja, eles não conseguiram concretizar o domínio da cidade, o que dificultaria uma ação de resposta. Nós conseguimos abordá-los em uma situação antecipada, onde eles não estavam ainda preparados para o momento crucial da atuação. Tinham armamento, tinham a capacidade de responder, mas não em um nível já da ação de resposta. Preparado mentalmente, pronto para qualquer confronto. Foi uma ação exitosa, pois ela ocorreu de forma integrada e o desfecho foi extremamente positivo”, falou.
O tenente-coronel salientou que durante a ação nenhum civil ou policial ficou ferido no confronto com os integrantes da quadrilha.
“Pode se entender que o resultado de 25 óbitos tenha sido algo negativo, mas preferimos entender que evitamos o domínio da cidade, pessoas serem feitas reféns ou terem suas vidas ceifadas, inclusive também dos policiais que por ventura viessem a responder essa ação”, disse.
Da redação com G1