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Idoso foi morto após falsa acusação de abuso contra crianças em Belo Horizonte

Uma falsa acusação de abuso sexual contra crianças levou ao assassinato de um idoso, de 63 anos, na Região Nordeste de Belo Horizonte. Essa foi a conclusão da investigação da Polícia Civil, que teve os detalhes divulgados nesta segunda-feira (29).

Delegada Mônica Carlos coordenou as investigações — Foto: Raquel Freitas/g1Delegada Mônica Carlos coordenou as investigações — Foto: Raquel Freitas/g1

O crime aconteceu no dia 17 setembro na Vila Andiroba, na Região Nordeste da capital. O homem, que era funcionário da prefeitura e conhecido como "Vô", foi espancado até a morte em um assassinato brutal, segundo a polícia.

De acordo com a delegada Mônica Carlos, a falsa denúncia foi feita a criminosos da região por uma mulher que tem envolvimento com o tráfico. Entretanto, após o crime, a polícia e os próprios criminosos descobriram que a acusação era falsa.

"Ele estava simplesmente urinando na via pública e essa mulher passou com o filho dela e não gostou da situação. Como ela tem um poder e domínio, ela ligou e mentiu", afirmou a delegada.

Ainda segundo a delegada Mônica Carlos, os traficantes locais teriam pedido autorização a chefe do tráfico para matar o homem. "Inicialmente, como ele era conhecido como ‘Vô' na região, os traficantes locais não fizeram nada com ele [...] Esse tipo de crime de pedofilia, de estupro, a comunidade às vezes não aceita, não tolera. Naquela localidade não seria diferente. Então, ele foi morto de maneira cruel”, afirmou.

Quando os traficantes tomaram conhecimento de que a suspeita era um boato, a mulher foi expulsa da comunidade.

“Porque, da mesma forma que eles não toleram estupro, pedofilia, eles não toleram mentira. E eles viram que mataram um inocente”, disse a delegada.

Presos e foragidos

Durante as investigações, a polícia apurou que a mulher e outras oito pessoas teriam participação no crime e a prisão delas foi pedida à Justiça.

Na última quinta-feira (25), para tentar prender os suspeitos, foi feita Operação Hemera, que contou com 60 policiais. Ao todos, três homens, de 24, 26 e 37 anos, foram detidos. Na casa de um deles, uma arma foi apreendida.

Agora, os trabalhos seguem para tentar localizar os outros cinco foragidos, entre os quais está a mulher que iniciou o boato.

Justiça com a próprias mãos

A delegada Mônica Carlos alerta sobre os perigos de a comunidade querer fazer justiça com as próprias mãos, porque, assim como neste caso, inocentes podem acabar sendo vitimados.

“Pode acontecer o que aconteceu. Errarem, matarem um inocente. Nós da polícia, por exemplo, para gente prender alguém, fazer um mandado de busca, há uma investigação por trás, a gente não faz isso com toda facilidade, né? Tem toda uma investigação, apuração, justamente para não haver injustiça”, afirmou.

Com g1



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