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Caso Allan Pontelo: último acusado a ser julgado tinha esquema de extorsão a clientes da boate

Nesta quinta-feira (19) vai a julgamento o último acusado da morte do fisiculturista setelagoano Allan Pontelo, em setembro de 2017, em uma boate de Belo Horizonte. Fabiano de Araújo Leite trabalhava na Hangar 677 no dia do crime e é policial militar.

Allan Pontello tinha 25 anos quando foi morto / Foto: arquivo pessoalAllan Pontello tinha 25 anos quando foi morto / Foto: arquivo pessoal

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a assistência de acusação da família de Allan o acusa de ser uma “força de reserva” dentre os seguranças que agiam na boate e que ele teve participação crucial na morte do fisiculturista.

Esquema de extorsão

Segundo os autos do processo, o militar chefiava juntamente com Paulo Henrique Pardim de Oliveira, outro segurança condenado pela morte do fisiculturista, um esquema de extorsão de clientes da Hangar 677. Frequentadores que aparentassem boa condição financeira, e pessoas que fossem flagradas usando ou consumindo drogas no local eram os alvos da dupla.

Essas vítimas eram abordadas e levadas até um lugar reservado, onde começava uma revista de maneira truculenta. No caso dos usuários, eles tinham as drogas recolhidas e eram expulsos do local – prática criminosa, já que o procedimento é a comunicação do delito à Polícia Militar. Ainda nos autos do processo, é relatado que a destinação da droga apreendida é obscura.

Segundo o assistente de acusação da família de Allan Pontelo, o advogado Geraldo Magela de Carvalho Lima, uma testemunha de um dos julgamentos anteriores do caso relatou a existência do esquema, ao ser vítima da ação – os seguranças a viram com uma certa quantidade de dinheiro e iniciaram a abordagem violenta para extorsão, que só foi evitada porque ela estava acompanhada de um amigo policial.

Os proprietários da boate relataram no processo o desconhecimento do esquema de extorsão praticado nas dependências do Hangar 677.

Dênio Pontelo, pai de Allan, instalou cartazes em bairros da Região Metropolitana cobrando justiça / Foto: Dênio Pontelo / DivulgaçãoDênio Pontelo, pai de Allan, instalou cartazes em bairros da Região Metropolitana cobrando justiça / Foto: Dênio Pontelo / Divulgação

Julgamento pode durar dias

Fabiano de Araújo Leite iria para o banco dos réus em 6 de dezembro do ano passado, mas sua defesa alegou que ele estava com Covid-19 e por isso o julgamento foi adiado para esta quinta-feira (19). Ele é acusado de homicídio triplamente qualificado, com pena mínima de 12 anos em regime fechado – que poderá ser aumentado pois o mesmo é agente de segurança pública.

Segundo o advogado Geraldo Magela, serão ouvidas diversas testemunhas no julgamento e provas podem ser apresentadas durante a sessão, o que pode fazer com que sua duração chegue até dois dias, estima.

Dos cinco acusados da morte de Allan, quatro já foram julgados: William da Cruz Leal e Carlos Felipe Soares foram condenados a 12 anos; e Paulo Henrique Pardim de Oliveira a 12 anos e seis meses de reclusão. Delmir Araújo Dutra, gerente da equipe de seguranças da boate, foi absolvido, já que o MPMG e a acusação não identificaram a participação dele no crime.

Da redação



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