Uma adolescente de 17 anos denuncia ter sido vítima de assédio pelo professor de física, durante a aplicação de uma prova de recuperação, nesta terça-feira (2) na Escola Estadual Deputado Ilacir Pereira Lima, que fica no bairro Cachoeirinha, Região Nordeste de Belo Horizonte.
A vítima preferiu não se identificar, mas contou que, enquanto fazia a prova na sala de aula com os colegas de turma, chamou o professor e pediu ajuda para esclarecer uma questão. Segundo a jovem, o professor Juliano Cordeiro, teria respondido: “Eu te ajudo a fazer sexo”.
Nesse momento, a aluna disse ter ficado paralisada, sem reação. Ela contou ter “chutado” as questões que faltavam para terminar a prova e saiu da sala.
Segundo os colegas, a vítima foi a primeira a terminar a atividade. No corredor, ela disse para os colegas que ficou na dúvida se entendeu corretamente o que havia sido dito. Dois colegas que estavam sentados próximos dela confirmaram a frase supostamente dita pelo professor.
Testemunhas contaram que o profissional trabalha na escola há 30 anos. Sempre foi conhecido, entre os estudantes, pelos comentários maliciosos e por falar palavrões durante as aulas.
A vítima foi incentivada a procurar a direção da escola. A diretora pediu que uma secretária anotasse as reclamações.
Após uma mobilização dos alunos, todas as turmas foram dispensadas.
Os alunos se revoltaram e chamaram a polícia, enquanto o professor ainda estava na escola.
Receosa, a vítima ligou para os pais. Ela disse que não queria se envolver em confusão, mas foi incentivada pelos amigos a registrar a ocorrência.
O suspeito foi levado para a Delegacia da Mulher, onde prestou depoimento.
A mãe da vítima disse que a filha está muito abalada, teve uma crise de choro após o fato e teme ser prejudicada nos estudos.
“Ele mexeu com a garota errada. Ela tem mãe, tem pai, e vamos lutar por justiça. Ele não pode dar aula, tem que ser afastado e ficar longe da minha filha. Vou até o fim, isso não vai ficar assim”, afirmou.
A Secretaria de Estado da Educação (SEE) afirmou que está apurando os fatos. Ainda segundo a secretaria, o professor continuará exercendo as funções até a conclusão do processo administrativo. O caso também será investigado pela área de Segurança Pública.
A SEE informou que a aluna receberá acompanhamento psicológico e de assistentes sociais.
A reportagem do g1 Minas procurou a Polícia Civil e aguarda um retorno sobre as investigações do caso.
Com g1