A Polícia Civil investiga a morte de Tânia Aparecida do Nascimento Silva, de 58 anos, em Ibirité, região metropolitana de Belo Horizonte. O óbito ocorreu na sexta-feira (21). Um dia antes, ela denunciou à polícia ter sido agredida pelo marido, atacado por populares após o óbito da mulher. Ele prestou depoimento, mas não foi preso.
As agressões ocorreram na segunda-feira (17). Na denúncia, Tânia alegou que, no dia, decidiu dar fim à relação devido, segundo ela, ao comportamento possessivo do companheiro. A vítima narrou que ele controlava até a relação dela com familiares. Os dois estavam juntos há cerca de um ano.
Contrariado com a decisão, o homem teria agredido a mulher e a empurrado da escada. No relato dado aos policiais, Tânia disse que ficou sem forças. Dois dias depois, na quarta-feira (19), ela foi ao Hospital Municipal de Ibirité, onde passou por exames que constataram lesões na clavícula, além de vários hematomas pelo corpo.
A mulher ficou internada até quinta-feira (20), quando procurou a Polícia Civil para formalizar a denúncia de agressão contra o marido. Ela retornou para casa, mas no dia seguinte voltou a procurar atendimento, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, e morreu em seguida, com quadro de hemorragia súbita.
A informação sobre as agressões e a morte da mulher se espalharam na cidade, e um grupo de pessoas perseguiu e espancou o marido da mulher, suspeito das agressões. Ele fugiu e acionou a Polícia Militar.
No boletim de ocorrência, os militares informaram que o homem estava com cortes na boca e testa. Aos policiais, ele admitiu ter agredido a mulher, mas disse que não se lembrava do motivo. Em seguida, foi levado para a delegacia.
Segundo a Polícia Civil, um inquérito foi instaurado para apurar o caso. O homem foi ouvido na delegacia de plantão, na condição de vítima dos ataques dos populares. Contudo, não foi preso. Um mandado de prisão poderá ser expedido nos próximos dias, à medida que avançarem as investigações.
A instituição reforçou, ainda, que, após tomar conhecimento da denúncia de agressão, fez o requerimento de medida protetiva.
A reportagem questionou a Prefeitura de Ibirité o motivo da mulher ter recebido alta do hospital na quinta-feira, mesmo com o grave quadro, e aguarda retorno. A matéria será atualizada quando houver um posicionamento.
Filho lamenta morte
Nas redes sociais, o filho de Tânia lamentou a morte. “Sempre vou lembrar de você com esse sorriso lindo no rosto, meu amor. Um pedaço de mim se foi com você. Enquanto eu respirar, você vai existir comigo, minha rainha”, escreveu.