Nesta quarta-feira (24), os pais de uma bebê de menos de dois meses que foi hospitalizada com as pernas e a clavícula quebradas em João Pinheiro, no Noroeste de Minas Gerais, foram presos preventivamente e indiciados pelas agressões à criança. Em depoimento, a mãe afirmou que o homem também matou outro filho do casal em 2022.
Em uma entrevista coletiva, o delegado Danniel Pedro, responsável pela investigação do caso, informou que o pai optou por permanecer em silêncio durante o depoimento prestado à Polícia Civil. Por sua vez, a mãe da bebê detalhou o ocorrido, afirmando que foi impedida pelo companheiro de procurar ajuda médica e revelou que ele havia matado outro filho do casal, também com menos de dois meses, asfixiado com um travesseiro. Esse primeiro crime, ocorrido em 2022, está sendo investigado.
O delegado afirmou: “Ele foi indiciado por ameaça e violência doméstica contra a mãe, além de tentativa de homicídio qualificado por motivos cruéis, cuja pena pode ultrapassar 10 anos de prisão. Ambos também vão responder pelo crime de maus-tratos qualificados por lesões graves, tendo em vista que se trata de uma pessoa com menos de 14 anos”.
Segundo relatos da mãe à Polícia Civil, o crime desta semana ocorreu na última sexta-feira (19), quando a criança teve uma crise de cólicas e começou a chorar. Ela afirmou que o companheiro ficou extremamente alterado, agredindo a criança e jogando-a no chão várias vezes.
A mãe tentou chamar a polícia, mas o pai a ameaçou de morte, afirmando que a mataria também se ela fizesse isso. Após agredir a bebê, ele manteve a mãe e a filha dentro da casa da família durante todo o fim de semana, liberando-as somente na manhã de segunda-feira (22), quando saiu para trabalhar e a mulher conseguiu levar a criança ao hospital.
Os médicos constataram que a bebê tinha as duas pernas quebradas, quase precisando de amputação. Além disso, ela apresentava machucados no rosto e no nariz, além de lesões no pescoço que dificultavam seus movimentos.
O delegado informou que o casal possui diversos registros de violência doméstica e que a mulher se sentia amedrontada pelo homem. Ele será denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) com base na Lei Maria da Penha.
A bebê foi transferida para o Hospital Regional Antônio Dias, em Patos de Minas, devido à gravidade das lesões. O delegado Danniel Pedro informou que ela passou por uma cirurgia e está se recuperando bem.
A morte de outro bebê é investigada
Durante o depoimento à Polícia Civil, a mulher revelou que, no ano passado, o companheiro também havia matado outro filho do casal, que também tinha menos de dois meses de idade. Na época, o casal alegou que a morte ocorreu por causas naturais.
No entanto, a polícia já investigava essa morte e o laudo da perícia sugere que o bebê tenha morrido por asfixia mecânica.
A linha de investigação mudou com essas novas informações, e agora as autoridades vão apurar se a mãe também teve participação nas agressões. Caso seja constatado que ela também esteve envolvida, ela poderá ser indiciada, conforme concluiu o delegado.
Da redação