O cardiologista sob investigação pela morte de Jéssica Marques de Vieira, durante a retirada de um DIU, foi preso nesta sexta-feira em Matozinhos, região metropolitana de Belo Horizonte. No entanto, a detenção não está diretamente ligada ao óbito de Jéssica, mas sim às acusações de abuso sexual feitas por cinco pacientes contra o profissional.
De acordo com a Polícia Civil, o médico foi detido em relação a um inquérito de violação sexual mediante fraude, instaurado em setembro após uma paciente denunciar ter sido abusada durante uma consulta de risco cirúrgico. Após a morte de Jéssica, outras quatro mulheres apresentaram denúncias semelhantes contra o cardiologista.
O delegado Cláudio de Freitas Neto esclarece que o caso mais antigo remonta a 2018 e ressalta a possibilidade de existirem outras vítimas, considerando a reputação do médico em Matozinhos. Ele incentiva potenciais vítimas a procurarem a polícia e registrarem denúncias.
No que diz respeito à morte de Jéssica, aguardam-se exames laboratoriais e o laudo do Instituto Médico-Legal para determinar a causa do óbito durante um procedimento aparentemente simples.
Durante a busca na clínica do médico, foram apreendidos computadores, prontuários, documentos de pacientes e até medicamentos que supostamente não deveriam estar presentes no local.
O advogado do médico, André Martins, recusou-se a comentar as acusações, alegando não ter acesso aos detalhes do caso. Ele classificou a prisão do cliente como “ilegal” e informou que a audiência de custódia foi adiada para o sábado. Em relação à clínica, que foi fechada após inspeção da vigilância sanitária, o advogado afirmou que a esposa e sócia do cardiologista estão tomando as medidas necessárias para a liberação do estabelecimento.
Relembre o caso
Jéssica Marques Vieira faleceu durante a remoção do DIU na clínica Med Center, localizada em Matozinhos, no último dia 4. A paciente mantinha acompanhamento médico com o cardiologista Roberto de Oliveira desde 2011.
Conforme relatado no boletim de ocorrência, o procedimento teve início às 7h e, até as 9h30, nem o pai da paciente nem seu genro haviam recebido qualquer informação. Posteriormente, funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Matozinhos compareceram à clínica com um desfibrilador e conduziram a paciente.
O pai de Jéssica declarou à polícia que, no momento em que a filha foi transferida para a ambulância, já se encontrava sem vida.
Da redação
Fontes: Itatiaia e G1