“O ferro-gusa tem sentido de forma muito clara esses efeitos. Hoje cerca de 70% a 80% dos fornos de Minas Gerais estão parados. Estamos discutindo, tanto do ponto de vista ambiental, quanto do ponto de vista administrativo, algumas medidas que possam de alguma forma aliviar esses impactos iniciais. Algumas sugestões do setor foram apresentadas ao governo. Constitui uma comissão com representantes das áreas diretamente ligados ao problema, para me apresentar até o início da semana que vem uma proposta de atendimento a pelo menos uma parcela dessas reivindicações”, disse Aécio Neves, em entrevista, durante a posse do novo procurador geral de Justiça de Minas Gerais.
Investimentos mantidos – O governador reiterou que o Governo do Estado não irá cortar os investimentos previstos para 2009, com previsão orçamentária de R$ 11 bilhões. Segundo ele, os programas estatais poderão suprir em partes a retração dos investimentos privados no momento da crise.
Demandas do setor – Liderados pelo presidente do Sindifer, ex-ministro Paulino Cícero, os representantes da indústria de ferro entregaram ao governador um documento com demandas do setor, juntamente com o pedido de adoção de algumas ações por parte do Estado, que tragam algum alívio para as empresas desse segmento.
“O governador está muito preocupado em atender todas as reivindicações. Por isso, ele determinou que fosse feito um grupo de trabalho, composto por quatro secretários de Estado – da Fazenda, Meio Ambiente, Agricultura e Desenvolvimento Econômico – para estudar algumas alternativas considerando esse setor. O governador deu prazo de uma semana para que a gente traga para ele um primeiro documento do que é que pode ser feito e também o que temos que perceber em termos de Estado”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico, Raphael Guimarães Andrade, em entrevista.
Medidas – Minas Gerais foi o primeiro estado a anunciar medidas para ajudar empresas de vários setores a enfrentar os efeitos da crise financeira internacional. No início de novembro, Aécio Neves reuniu empresários de diversos setores, no Palácio da Liberdade, para o anúncio de um conjunto de medidas de flexibilização tributária e de aumento de crédito para o setor produtivo, que representa a injeção de R$ 1,3 bilhão na economia mineira.
Entre as medidas já adotadas, estão o alongamento do prazo para recolhimento do ICMS, a ampliação de limites de crédito nas linhas de financiamento do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e o acréscimo de recursos em fundos de financiamentos do Estado.