Cerca de 2.000 prefeitos de todo o Brasil se concentraram, na quarta-feira, 10, na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, enquanto o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, CNM, Paulo Ziulkoski, acompanhado pelos presidentes das associações estaduais de municípios, levou à ministra das relações institucionais, Ideli Salvatti, um pedido de socorro. Eles querem que o governo federal libere ainda este ano cerca de R$ 22,5 bilhões para compensar as perdas no orçamento das cidades. O rombo corresponde a 7% da receita corrente líquida dos municípios em 2012.
Os gestores municpais estão em dificuldades financeiras desde que o governo federal reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados, IPI, o que afetou diretamente o Fundo de Participação dos Municípios, FPM, principal fonte de receita de cerca de 70% das cidades do país. O cálculo é que as perdas, apenas com o FPM, em relação ao previsto na Lei Orçamentária sejam de R$ 1,5 bilhão.
Diante das dificuldades financeiras, 11% das prefeituras estão com salários atrasados, 47,8% deixaram de pagar fornecedores e 19% não conseguiram implantar a lei que estabelece o piso nacional do magistério. De cada cem prefeitos, 75 acreditam que não conseguirão fechar as contas ao final do mandato.
Em Sete Lagoas os funcionários municipais que recebem até R$ 3 mil tiveram os salários de setembro depositados nessa quarta, 10. Quem tem contracheque superior a esse valor a promessa é que até o próximo dia 20 o salário esteja na conta. Demissões também estão programadas para que as contas possam ser zeradas até o fim do mandato. Segundo funcionários já está rodando uma lista com aproximadamente 1.500 nomes que terão os contratos rescindidos. Vários municípios já informaram que vão tomar medidas parecidas para não entregar os municípios no vermelho para os próximos prefeitos.
Da redação com informações de O Tempo