A eleição presidencial venezuelana passou mais um dia sem a apresentação de nenhuma prova da suposta vitória de Nicolás Maduro, que na quarta-feira (31) afirmou estar pronto para mostrá-las. Isso aumenta a desconfiança crescente da comunidade internacional. Além disso, a expulsão arbitrária de diplomatas de sete países foi simbolizada por uma imagem nesta quinta-feira (1º) em Caracas.
Desde o início da manhã, é a bandeira do Brasil que está hasteada na embaixada da Argentina. A pedido do governo Milei, o Brasil assumiu a responsabilidade pelo prédio, pela residência do embaixador e por todos os arquivos. Também será responsável pelos seis integrantes da oposição abrigados na embaixada desde julho.
O prédio está sem energia elétrica por ordem do presidente Nicolás Maduro. Ele expulsou os diplomatas da Argentina, Peru, Panamá e outros países que não reconheceram o resultado oficial da eleição de domingo (28). Em uma rede social, o presidente da Argentina agradeceu ao Brasil por assumir a custódia da embaixada.
O Peru também solicitou que o Brasil cuide de sua representação na Venezuela. O Brasil concordou, mas ainda negocia de que forma deve atuar.
Nicolás Maduro anunciou que mais de 1,2 mil pessoas estão presas por protestarem contra o anúncio de sua vitória.
O regime de Maduro descumpriu mais um compromisso assumido com a comunidade internacional e, novamente, não apresentou as atas de votação nem a totalização dos votos que comprovaria sua vitória proclamada.
A oposição afirma ter em mãos mais de 80% das atas, que mostrariam o oposto, que Edmundo González teve o dobro de votos de Maduro.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) rejeitou na quarta-feira (31) a resolução que exigiria do governo da Venezuela transparência sobre as eleições de domingo (28). O Brasil se absteve de votar porque queria algumas alterações no texto que não foram aceitas.
Um grupo defendia que a OEA deveria exigir que a Venezuela seguisse um protocolo de conferência dos votos, com a presença de observadores independentes. O Brasil e outros países consideraram que o modelo deve ser definido por Maduro e a oposição.
Desde domingo (28), diplomatas do Brasil, Colômbia e México conversam diariamente em busca de um acordo com o regime de Maduro que permita a checagem dos votos da eleição. Nesta quinta-feira (1º), Lula falou por telefone com os presidentes colombiano, Gustavo Petro, e mexicano, López Obrador.
Após a conversa, divulgaram uma nota conjunta. Os três países cobraram que as autoridades eleitorais da Venezuela divulguem rapidamente os dados desagregados por mesa de votação; afirmaram que o princípio da soberania popular deve ser respeitado mediante verificação imparcial dos resultados; e pediram aos atores políticos cautela e contenção em suas manifestações para evitar uma escalada da violência.
O Departamento de Estado americano divulgou, na noite desta quinta-feira (1º), uma nota sobre as eleições na Venezuela. Ela afirma que a oposição já publicou mais de 80% das atas recebidas diretamente das sessões de votação em toda a Venezuela. Essas atas indicam que Edmundo González recebeu o maior número de votos por uma margem intransponível. Observadores independentes, sondagens de boca de urna e contagens rápidas no dia das eleições confirmam esses fatos.
O Departamento de Estado afirma que consultou outros países e que nenhum concluiu que Nicolás Maduro tenha recebido o maior número de votos. Diante das provas esmagadoras, está claro para os Estados Unidos que Edmundo González obteve o maior número de votos. O governo americano rejeita as alegações infundadas de Maduro contra a oposição e afirma que as ameaças de Maduro contra Edmundo González e Corina Machado são uma tentativa antidemocrática de reprimir a participação política e manter o poder. A segurança dos líderes e membros da oposição democrática deve ser protegida.
Por fim, na nota, o governo americano parabeniza Edmundo González pela vitória e diz que é hora de as duas partes venezuelanas iniciarem discussões sobre uma transição respeitosa e pacífica.
Da Redação com G1