A chapa do Partido Novo para as eleições municipais de 2024, formadas por Juninho Sinonô e Saulo Calazans, participou da edição especial do Passando a Limpo, programa do SeteLagoas.com.br, que foi ao ar na sexta-feira (13). Na transmissão, os candidatos reforçaram ser a terceira via do pleito, em um projeto de governo mais técnico e com conhecimento das finanças da cidade.
A dupla se destaca pela experiência de atuação no setor privado. Este é o primeiro pleito de Ayerton Romano Jr – na entrevista, ele apontou que a escolha de Saulo para compor sua chapa é um dos poucos casos onde “o vice é até melhor que o prefeito”. Indo para a sua segunda campanha eleitoral (em 2020, pelo Rede Sustentabilidade), Calazans afirma que o ensejo em estar no executivo municipal é uma forma de fazer diferente.
Juninho acredita que Sete Lagoas vive estagnada por conta do caos político vivido até antes da gestão de Duílio de Castro (PSB), com diversos prefeitos em pouco tempo. Para ele, a cidade, que teve um rápido desenvolvimento nos últimos 40 anos, não conseguiu aproveitar este crescimento.
“Eu estava no enterro de [Marcelo] Cecé [ex-prefeito de Sete Lagoas], e vi um pré-candidato, outro pré-candidato, outro… Meu coração doeu. Eu pensei ‘Meu Deus do céu, estou enterrando aqui um ícone da gestão pública e as gerações que estão vindo não tem a mesma capacitação prática, o mesmo dinamismo, estamos estagnados’”.
A proposta da chapa é fazer funcionar o que a cidade já possui em sua infraestrutura. “Existem coisas básicas que se forem feitas pontualmente, já vão dar uma elasticidade na cidade que ela vai poder andar sozinha”, aponta Juninho, que critica a inoperância do setor público, como os imóveis públicos que estão fechados e poderiam ser reintegrados.
Orçamento e “cobertor curto”
A arrecadação de Sete Lagoas cresceu – e cresceu também os gastos. É o que afirma Saulo Calazans, citando que mesmo com um orçamento na casa do bilhão (R$ 1,3 bi), os repasses obrigatórios em lei, como saúde e educação, já ocupam um bom espaço (além da folha de pagamento do funcionalismo público), sobrando pouco para investimentos – feitos através de empréstimos – que vão estrangular ainda mais a margem de manobra do executivo municipal.
“Qual dessas chapas que tem condições de verdade de enxugar para conseguir investir de verdade? Foram investidos R$ 150 milhões, sendo que R$ 50 mi foram do SAAE. Para Sete Lagoas, esse valor é muito pouco”, diz Saulo. Para isso, a chapa promete que irá fazer todos os investimentos com aquilo que o orçamento puder encaixar, e que o planejamento será uma das chaves da gestão.
E para fazer enxuta a máquina pública, a valorização do funcionalismo público será um dos seus pilares para a gestão, de acordo com a chapa. “Eu vou valorizar o funcionário público concursado. Porque é direito dele, e ele é um patrimônio do município. Vamos ouvir essa turma, capacitar, investir em conhecimento, e nós vamos organizar esse plano de carreira, e eu quero que essa turma cresça”, afirma Juninho. Para isso, ele promete que três cargos de secretaria serão ocupados por funcionários de carreira: Saúde, Educação e Obras.
As despesas com servidores que são contratados, agentes políticos (como cargos de confiança) e até mesmo o salário do prefeito é uma das grandes críticas da chapa. Com a valorização do servidor público de carreira, a proposta é cortar cargos. “Nós não temos direito de errar”, afirma Saulo.
Relação Prefeitura – Câmara
Dentro da proposta de fazer uma gestão mais eficiente dos recursos do município, a chapa do Novo afirma que não haverá o “toma-lá-dá-cá” entre o Legislativo e o Executivo. Para tanto, o apoio que a chapa buscará com os vereadores será a indicação de obras e melhorias – a ideia é que o edil tenha o seu ganho político com o feito, mas sem onerar a máquina pública com apoios em troca de cargos dentro da administração.
“Vai ter o ‘toma-lá-dá-cá’ legal, como foi feito por Alexandre Kalil, em seu primeiro mandato na prefeitura de Belo Horizonte. Eu posso te dar muito mais, em formato de obra, em formato de demanda, do que pegar o cargo. Você vai ganhar muito mais projeção política, porque você vai trabalhar para mim, porque o executivo é o prefeito. Tem vereador que promete mundos e fundos e quem faz é o prefeito”, afirma Juninho.
“Nós vamos fazer uma política nova”, completa o candidato a prefeito, que aponta que graças a internet, o poder de cobrança da população é maior e que, com uma renovação do pensamento político, é capaz de se fazer uma gestão diferente.
Reveja a entrevista: