Uma cidade da região Centro-Oeste de Minas, Onça do Pitangui, teve a reeleição de seu prefeito no domingo (6) com uma campanha insólita: o candidato não falou durante toda a campanha. Gumercindo Pereira (MDB) retirou as cordas vocais por conta de um câncer.
As informações são do UOL. O político foi diagnosticado com o mal em 2020, também durante as eleições daquele ano – porém, ele conseguia falar. Eleito, no ano seguinte o tumor, que já tinha tomado a laringe, veio mais agressivo e ele teve que retirar o órgão em uma traqueostomia total.
Em abril de 2021, ele passou pela cirurgia para retirar a laringe. Por um ano, não conseguiu falar. Apenas em abril de 2022 ele passou por uma cirurgia que lhe devolveria a voz: colocou uma prótese importada que liga a traqueia ao esôfago. “Comecei a falar com um pouco de dificuldade, mas dava para me comunicar”, diz ele sobre o aparelho, que precisa ser trocado de uma a duas vezes por ano. “Custa R$ 6.000, e o procedimento médico custa R$ 3.000”, conta o prefeito ao UOL.
Em julho deste ano, porém, o prefeito parou de falar às vésperas da campanha de reeleição. “No dia 6, tive que trocar a prótese porque venceu o prazo de validade, só que o aparelho não foi colocado direito. Fiquei sem falar durante toda a campanha for falta de agenda do médico para fazer a troca”, diz. “Estou aguardando o médico agendar, acredito que será neste mês ainda. Sem a prótese, nunca mais vou falar”. “Para falar eu faço assim: primeiro respiro, depois tampo a traqueia, o ar passa pelo esôfago e aí pela boca. A voz fica rouca”, finaliza.
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Pereira, que já tinha sido prefeito entre 2005 e 2012, diz que se surpreendeu com a vitória por larga diferença. A cidade de 3.440 habitantes lhe deu 1.561 votos, ou 50,6%. Geraldo Tachinha (Avante) recebeu 39,3% dos votos, enquanto João Batista (PL) recebeu 9,96%. “Das três eleições que disputei, essa foi a mais fácil, venci com folga”, comemora o prefeito, que está totalmente curado.
com UOL