Segundo a jornalista Débora Bergamasco, da CNN Brasil, o relatório produzido pela Polícia Federal (PF) acerca do plano de golpe de estado que envolvia matar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes seria de “pleno conhecimento” de Jair Bolsonaro (PL), então mandatário derrotado nas eleições de 2022.
O documento ainda será apresentado nesta quinta-feira (21) e será encaminhado para Moraes, relator sobre os atos golpistas, e na sequência, para o procurador-geral da República Paulo Gonet, onde ele decidirá por realizar uma denúncia ao STF ou haver novas investigações. Contudo, agentes teriam vazado a jornalistas de Brasília que o relatório produzido será “contundente” contra o ex-presidente Bolsonaro e outras figuras do antigo governo.
O plano de assassinato de Lula e outras figuras surgiu após a deflagração de uma operação da PF na terça-feira (19) chamada Contragolpe, onde foram cumpridos cinco mandados de prisão entre tenentes-coronéis do Exército, um general de brigada que está na reserva, e um policial federal. Quatro destes eram “kids pretos”, a elite do Exército que lida com missões sigilosas. De acordo com a investigação, Lula e Alckmin seriam envenenados; já Moraes seria capturado e logo após, morto.
A PF apontou que tenente-coronel e ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid participou de reuniões em que militares planejavam as execuções dos três alvos. O general Walter Souza Braga Netto (PL) também teria conhecimento (ele foi escolhido para o cargo de vice-presidente na chapa de Bolsonaro).
Neste relatório que ainda será entregue, a Polícia Federal pedirá o indiciamento do ex-presidente e de vários outros nomes, entre eles o general Augusto Heleno (GSI), Braga Netto (Defesa), além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, de acordo com a CNN.
Para a CNN, o general Augusto Heleno disse que não vai se manifestar e a defesa de Anderson Torres afirmou que irá aguardar a confirmação do indiciamento. Os demais ainda não se manifestaram.