A empresa chinesa China Nonferrous Trade (CNT), uma subsidiária controlada pelo governo da China, adquiriu a maior reserva de urânio do Brasil, localizada no Amazonas, por US$ 340 milhões, o equivalente a cerca de R$ 2 bilhões.
A transação foi comunicada na última terça-feira, dia 26, ao Governo do Amazonas pela Mineração Taboca, empresa que explorava a mina de Pitinga, situada na região da hidrelétrica de Balbina, em Presidente Figueiredo, a 107 km de Manaus. A mina é considerada uma das mais importantes do país devido ao seu potencial mineral. Segundo informações do jornal O Globo, a Taboca opera na área desde 1969.
No comunicado oficial, a Taboca informou que transferiu 100% de suas ações para o controle chinês. A empresa destacou que a mudança representa uma oportunidade estratégica de crescimento, reforçando que o negócio foi intermediado pela Minsur S.A., empresa peruana que é a proprietária da Taboca.
Reações à venda
A transação gerou críticas no cenário político. O senador Plínio Valério (PSDB-AM) usou o plenário do Senado para questionar as limitações impostas à exploração de recursos naturais por brasileiros na Amazônia. Em discurso realizado na quarta-feira, dia 27, o senador apontou a liberdade com que empresas chinesas têm acesso às riquezas minerais do país, alertando que o negócio pode fortalecer a indústria bélica e o parque de usinas nucleares da China.
Importância estratégica da reserva
Além do urânio, a mina de Pitinga abriga outros minerais de alto valor estratégico, como nióbio, tântalo, estanho e tório, essenciais para indústrias de alta tecnologia. Esses materiais são utilizados na produção de turbinas, foguetes, baterias e satélites. O nióbio, em especial, tem grande relevância no setor aeroespacial e na fabricação de ligas metálicas de alta resistência.
com informações de O Globo